Na primeira reunião da nova CT da Lusa com o novo presidente do Conselho de Administração, Nicolau Santos afirmou pretender "recompor a rede nacional" através de colaboradores à peça, uma solução que defende como mais barata do que aquilo que a Lusa paga em transportes aos jornalistas residentes para cobrir fora da sua área serviços esporádicos, refere o órgão que representa os trabalhadores, em comunicado.

Relativamente ao encerramento de algumas delegações nacionais, o presidente disse que "não lhe parece 'grande sentido' esta opção, que retira 'dignidade à representação institucional da Lusa', adiantando estar a avaliar se será possível replicar em território continental parcerias como a que a Lusa tem com a RDP nos Açores e com a RTP na Madeira".

Em termos correspondentes internacionais, Nicolau Santos afirmou que será necessário "encontrar soluções para alguns sítios", nomeando Berlim, Genebra e Nova Iorque como prioridades, de acordo com a Comissão de Trabalhadores.

No que respeita a questões salariais - os aumentos na agência de notícias estão excluídos este ano devido às limitações orçamentais impostas ao setor público -, a CT expôs a situação dos trabalhadores da agência em algumas delegações internacionais, nomeadamente Angola e Moçambique, onde o aumento da inflação levou à desvalorização em cerca de 35% dos salários nos últimos sete/oito anos.

"Nicolau Santos disse já estar alertado para o problema, não sabendo ainda que meios a empresa poderá usar para colmatar a situação, mas adiantou que a Lusa está a estudar a extensão a estes trabalhadores do seguro de saúde como forma de aumentar a sua proteção".

Sobre o processo de vinculação de precários do Estado (PREVPAP), onde existem 49 processos submetidos, o presidente da Lusa adiantou que a agência de notícias "não tem orçamento para acomodar um significativo aumento de quadros, sendo necessário um reforço orçamental para o efeito".

Acrescentou que, "no caso dos trabalhadores precários que sejam uma necessidade permanente da empresa, a Lusa tem o 'dever e todo o interesse' em integrá-los, mas que casos de colaboração esporádica, como correspondentes à peça, devem manter-se como tal", refere a CT no comunicado, salientando que Nicolau Santos disse que iria a opinião das chefias diretas.

Informou que a avaliação de trabalhadores vai avançar em 2019, depois de inexistente durante vários anos, apontando setembro com eventual data para se dar início à definição dos objetivos e critérios a aplicar.

Nicolau Santos disse ainda que pretende promover a marca Lusa e "propôs medidas como a atualização do logótipo ou a introdução na fachada do edifício da sede de um rodapé onde passe informação que a Lusa produz".