“Não alcançámos ainda o nível de disseminação e de reconhecimento da filantropia similar ao existente nos países anglo-saxónicos”, afirmou o Presidente da República numa mensagem dirigida às comemorações dos 25 anos do Centro Português de Fundações (CPF), em Lisboa.

O Chefe de Estado frisou que Portugal está também “bastante longe do grau de associativismo fundacional” que se regista em países como a Alemanha, França ou Espanha.

Considerou, porém, que ao longo dos últimos 25 anos o país “mudou muito” e com ele mudou também o perfil do setor fundacional, bem como a atitude dos portugueses perante esta realidade.

“A perceção do papel insubstituível das fundações no desenvolvimento é hoje, creio eu, muito mais enraizada na sociedade portuguesa do que há 25 anos”, referiu na mensagem que dirigiu ao evento, hoje na Fundação Oriente.

O Presidente da República disse ainda que o CPF tem contribuído para a credibilização de um setor, onde se impõe “separar o que é verdadeira filantropia do que não é”, do que se inscreve noutro tipo de realidades que devem ser “colocadas à margem do setor fundacional” e que “não devem contaminar ou mesmo lesar na sua reputação e no seu bom nome”.

Marcelo Rebelo de Sousa evocou o papel das fundações durante a crise económica e social que o país atravessou, considerando que desempenharam uma ação extraordinária “na defesa dos mais afetados pela crise”.

O chefe de Estado alertou que este setor não é feito apenas de grandes fundações e defendeu que cabe ao CPF encontrar “o justo equilíbrio, na interlocução com os poderes públicos, entre interesses e anseios nem sempre convergentes”.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu assim a valorização de uma rede que engloba também pequenas e médias fundações, muitas de cariz familiar e ação local ou regional.

O CPF realiza na quinta-feira o XVI Encontro Nacional de Fundações, depois de dar início hoje às comemorações dos 25 anos.

De acordo com a organização, o Presidente da República enviou uma mensagem para ser lida no evento, por se encontrar ausente do país, devido à deslocação à assembleia-geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.