“Se nós, que temos esta história, não valorizamos o património identitário, ninguém o valorizará por nós”, disse o chefe de Estado, durante a sessão solene comemorativa do 110.º aniversário da Comissão de Vigilância do castelo feirense, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que este desafio deve ser colocado “permanentemente” a todas as vertentes da sociedade civil, porque Portugal tem “um património riquíssimo, variadíssimo e disperso e, em muitos casos, destratado pelo tempo, de quando em vez, também, pela mão humana”.
O Presidente da República considerou ainda que o Estado tem uma “intervenção fundamental” nesta matéria, devendo atuar como “um catalisador positivo” para toda a sociedade.
“Não é só definir regras, não é só definir enquadramentos. É mobilizar, fazer a pedagogia e sempre que possível, na parcimónia de meios, que sabemos que existe, estar atento para intervir apoiando o que é prioritário”, disse.
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou ainda intenção de distinguir a centenária Comissão de Vigilância que foi criada para salvaguardar o castelo feirense, apontando esta instituição como um exemplo positivo de mobilização da sociedade civil.
“Isso tem de ser assinalado devidamente e galardoado e vou meditar como. Tem de ser galardoado porque tem um mérito exemplar: Permite chamar a atenção de outros pontos de Portugal para o que podem fazer comissões como esta”, afirmou.
Na mesma sessão, o presidente da Câmara da Feira, Emídio Sousa, alertou para a deterioração de partes castelo, adiantando que a muralha apresenta um “grande problema estrutural”, que exige uma resposta “urgente”, e a própria capela precisa de obras.
“Temos necessidade de um apoio financeiro significativo”, disse o autarca, defendendo que é necessário olhar para este património nacional de “uma maneira muito atenta”.
Também a presidente da Comissão de Vigilância, Conceição Alvim, disse esperar que a visita do chefe de Estado seja o “empurrão” que precisam para realizar as obras de recuperação.
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