"Hoje podemos anunciar que concluímos uma etapa crítica que consistia nos salvamentos", disse o chefe de Estado, numa declaração à nação a partir da cidade da Beira, uma das principais do país e severamente destruída.

De acordo com Filipe Nyusi, não há indicações de que haja locais com pessoas a precisar de ser resgatadas, mas as equipas no terreno continuam vigilantes e prontas para intervir "sempre que a situação o exigir".

"Estas situações não se dão como concluídas de forma aritmética", acrescentou.

A fase que se segue vai incidir na assistência humanitária às famílias afetadas, com destaque para a prestação de cuidados de saúde, alimentação, abrigo e saneamento.

"É importante que as instituições nacionais e internacionais orientem esforços para otimizar os recursos disponíveis de forma transparente para que cheguem aos que realmente necessitam", declarou Filipe Nyusi, acrescentando que o Governo moçambicano vai trabalhar com uma agência internacional para a gestão destes recursos.

Moçambique foi o país mais afetado pelo ciclone Idai, com 468 mortos e 1.522 feridos já contabilizados pelas autoridades, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem em 159 centros de acolhimento.

O ciclone afetou cerca de 800 mil pessoas no centro do país, mas as Nações Unidas estimam que 1,8 milhões precisam de assistência humanitária urgente.

As operações de busca e salvamento envolveram cerca de 940 especialistas nacionais e estrangeiros durante 15 dias, segundo dados oficiais.

Um total de 135.578 pessoas foram salvas e abrigadas em centros temporários, 7.422 dos quais estão em situação vulnerável (grávidas e idosos), segundo o mais recente balanço feito pelas autoridades, que mantém em 468 o número de mortos contabilizados.