Antes, Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro, António Costa, serão recebidos por Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu, em Paris, às 08:00 locais (07:00 em Lisboa), para um pequeno-almoço de trabalho.
Os três partem depois de helicóptero de Paris para o cemitério português de Richebourg.
A Batalha de La Lys decorreu no dia 09 de abril de 1918 e resultou de um intenso ataque alemão contra as forças aliadas, nas quais os portugueses estavam integrados.
O confronto na Batalha de La Lys fez mais de 7.000 baixas portuguesas entre mortos (400), feridos e 6.600 prisioneiros, sendo um dos mais mortíferos da história militar de Portugal.
De acordo com o programa das cerimónias, será descerrada uma placa evocativa do centenário da batalha, seguindo-se os discursos dos dois chefes de Estado e um tributo aos que perderam a vida na Primeira Guerra Mundial.
Além do Presidente e do primeiro-ministro, estarão presentes o ministro da Defesa Nacional, José Azeredo Lopes, e o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante António Silva Ribeiro.
O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Manuel Teixeira Rolo, e o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Frederico Rovisco Duarte, também integram a comitiva.
Participam ainda o presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Sérgio Sousa Pinto (PS), o presidente da Comissão de Defesa Nacional, Marco António Costa (PSD), assim como os deputados Carlos Alberto Gonçalves e Berta Cabral (PSD), Paulo Pisco e Paulo Trigo Pereira (PS), João Vasconcelos (BE), Telmo Correia (CDS-PP) e Carla Cruz (PCP).
O secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello, o vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, vice-almirante Jorge Novo Palma, o presidente da Liga dos Combatentes, tenente-general, Chito Rodrigues, e o presidente da Comissão Coordenadora das Evocações do Centenário da Primeira Grande Guerra, tenente-general Mário Cardoso, marcarão presença nas cerimónias.
Após as evocações no cemitério, a comitiva visita a exposição “Racines” (Raízes), de Aurore Rouffelaers, bisneta do soldado português João Assunção, que esteve nas trincheiras, e baseada em depoimentos de descendentes.
Serão ainda agraciados com a medalha de Defesa Nacional três cidadãos residentes em França e dirigentes da Liga dos Combatentes.
A manhã termina com um almoço no pavilhão desportivo de Richebourg.
Da parte da tarde, o Presidente da República e o primeiro-ministro visitam a igreja da cidade de La Cuture, onde está exposto o “Cristo das Trincheiras” e um fresco sobre a Batalha de La Lys, e prestam homenagem aos militares no monumento aos portugueses mortos na Primeira Guerra Mundial.
De seguida, já sem a presença do chefe de Estado, o primeiro-ministro parte para a cidade de Arras, onde inaugura a exposição “Portugal au front: visions d’artistes (1918-2018)”, patente no Museu das Belas Artes, que junta obras do pintor oficial de guerra português presente na frente de batalha, Adriano de Sousa Lopes, e os artistas contemporâneos Daniel Barroca e Alexandre Conefrey.
O programa encerra em Lille, com a inauguração de uma exposição alusiva à Primeira Guerra Mundial “Le Portugal et La Grande Guerre”.
Portugal na linha da frente dos grandes combates em defesa da Europa
Num artigo publicado hoje no Diário de Notícias, o chefe do Governo, que se encontra em França com o Presidente da República, escreve que “como há 100 anos, Portugal está na linha da frente dos grandes combates em defesa da Europa”.
“Hoje, como há 100 anos, fiel à sua histórica matriz universalista e humanista, Portugal tem sabido estar à altura dos mais estimulantes desafios da União Europeia em busca de maior e melhor crescimento, de melhor emprego, de maior coesão e justiça social, de cidadania europeia plena e equilibrada entre direitos e deveres”.
Sem especificar os países onde se encontram atualmente tropas nacionais em missões, António Costa reitera que “hoje, como há 100 anos, Portugal pode contar com as suas Forças Armadas, no desempenho de todas as missões que lhe são confiadas.”
O primeiro-ministro recorda ainda neste artigo os acontecimentos do dia 09 de abril de 1918 no norte de França, quando as tropas do Corpo Expedicionário Português combatiam do lado dos aliados e foram alvo de um ataque alemão que viria a ditar o fim da participação portuguesa na guerra.
“Um século depois, quero prestar-lhes homenagem, renovadamente, reiteradamente: aos que morreram, sofreram, foram presos, e aos seus familiares e descendentes. Certos que nesta homenagem aos combatentes de La Lys, homenageamos as nossas Forças Armadas e todos quantos, antes e depois, foram chamados a combater ao serviço de Portugal”, escreve António Costa.
“Neste dia, há precisamente cem anos, Portugal sofreu uma pesada derrota. Centenas de militares perderam a vida, milhares foram feitos prisioneiros, dos quais muitos viriam a falecer posteriormente, vítimas dos ferimentos ou de doença”, recorda o chefe do Executivo.
Lembra também que La Lys marcou o fim da participação de Portugal na Grande Guerra, que envolveu “mais de 100.000 soldados portugueses, repartidos entre África, na defesa nas colónias portuguesas de Angola e Moçambique, e a frente europeia”.
Segundo o balanço do primeiro-ministro, “cerca de 8.000 perderam a vida nas trincheiras da Flandres ou nos campos de batalha de África”.
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