Apesar de reconhecer que é “inteiramente legítimo” que Espanha se oponha ao processo de independência da Catalunha, Nicola Sturgeon considerou que é “preocupante que um Estado (…) possa negar o direito de um povo expressar democraticamente” a sua vontade.
“O direito à autodeterminação dos povos é um importante princípio internacional e espero verdadeiramente que seja respeitado na Catalunha e em qualquer outro lugar”, declarou a líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) no Parlamento regional escocês.
Em setembro de 2014, o SNP conseguiu realizar um referendo sobre a independência da Escócia. A força nacionalista escocesa perdeu a consulta popular, com 55% dos eleitores a optarem então pela permanência no Reino Unido.
Em pleno braço de ferro entre Madrid e Barcelona por causa da realização de um referendo sobre a independência da Catalunha, agendado pelas autoridades regionais catalãs para o próximo dia 01 de outubro, a primeira-ministra escocesa defendeu a necessidade de as duas partes voltarem à mesa das negociações.
“Espero que um diálogo possa ser restabelecido entre o governo regional catalão e o governo espanhol para resolver esta situação”, declarou Nicola Sturgeon.
“Tal seria preferível às imagens de polícias a apreenderem boletins de voto”, prosseguiu a primeira-ministra escocesa, numa referência a uma operação da guarda civil espanhola que na quarta-feira apreendeu milhões de boletins de votos que deviam ser utilizados no referendo de 01 de outubro.
A quase uma semana da consulta popular, que ainda não se sabe se se vai realizar, tem aumentado a tensão entre os separatistas da Catalunha e as instituições espanholas que tentam impedir a realização do referendo.
A polícia espanhola confiscou na quarta-feira, nos arredores de Barcelona, quase 10 milhões de boletins de voto que iam ser utilizados no referendo e numa outra operação revistou uma série de edifícios do Governo regional e deteve 14 pessoas alegadamente envolvidas na preparação da consulta popular.
Na quarta-feira à noite, milhares de pessoas saíram às ruas em Barcelona em defesa do referendo pró-independência e em protesto contra a detenção das pessoas alegadamente envolvidas na preparação do processo da consulta popular.
As agências internacionais relataram que também foram registados protestos em outras cidades da região catalã e em Madrid.
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