O avião, um A320, “está na inspeção geral na Malásia. Deveremos arrancar no mês de janeiro com o lançamento. Estamos a planear as rotas e à espera das autorizações finais do Governo. Queremos fazer Díli-Darwin [norte da Austrália], Díli-Singapura, Díli-Indonésia, Díli-Filipinas e Díli-China, dependendo do mercado”, disse Lourenço de Oliveira em entrevista à Lusa.
“O avião está em modelo de ‘leasing’, já com um pagamento inicial de garantia para dois anos. Será uma operação comercial normal, mas queremos oferecer preços mais competitivos do que os atuais”, explicou.
Dono de dois casinos em Díli e com investimentos em aquacultura e agricultura, entre outros, Lourenço de Oliveira tem no último ano operado parte das ligações aéreas entre Díli e Bali, na Indonésia, utilizando um modelo de charter com aviões das empresas Air Asia e Sriwijaya Air.
Uma experiência, garante, que lhe permite “conhecer bem o mercado” e que permitirá aplicar “preços competitivos” com a operação da Aero Díli.
O sonho de ter um avião de bandeira timorense começou há cerca de seis anos quando Lourenço de Oliveira decidiu ele próprio tirar o curso de piloto, comprando depois três pequenas avionetas para viagens domésticas em Timor-Leste.
“Quatro anos depois pensei que tínhamos que começar a fazer voos internacionais. Fizemos um estudo alargado e considerei que era viável esta operação”, recordou.
“Negociei com várias empresas de leasing. Os dois primeiros contratos acabaram por não poder avançar porque as empresas apontaram as fraquezas do nosso sistema de aviação e do quadro legislativo”, referiu Lourenço de Oliveira.
Finalmente chegou a acordo com a Dubai Aerospace Enterprise, uma das maiores empresas de leasing de aviões do mundo, que enviou equipas a Timor-Leste para fazer toda a avaliação do projeto.
“Chegámos a acordo e isso permitiu avançar. Fizemos já o recrutamento de pilotos europeus e asiáticos, hospedeiras, técnicos e outro pessoal. Temos já uma equipa de 20 pessoas”, referiu o empresário.
O projeto prevê um processo de formação de quadros timorenses, notou Lourenço de Oliveira.
O A320 tem capacidade para 180 passageiros, que na configuração da Aero Díli foi reduzida para 165 lugares, “para as pessoas irem mais cómodas”, disse.
“Durante 20 e tal anos não tínhamos aviões timorenses para competir. Se calhar já saíram daqui 500 milhões de dólares [472,5 milhões de euros] nestes anos todos para companhias aéreas internacionais”, disse Lourenço de Oliveira.
“Por isso decidi que temos, como timorenses, de competir com essas rotas. A minha experiência acumulada no setor da aviação diz-me que é uma boa opção”, afirmou.
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