O protesto é organizado pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) que, em comunicado, acusa a tutela de inação no que toca a melhorias na carreira “que tem sido desvalorizada por decisão política”, impedindo a aposentação e o rejuvenescimento da profissão.
A federação acusa também o ministério de impor “décadas de precariedade, no quadro de um regime de concursos injusto” e de as condições de trabalho provocarem “um enorme desgaste físico e psíquico dos docentes”, até porque são muitos os que têm “horários que violam os limites legais em vigor”.
Segundo a Fenprof, a reunião com responsáveis do Ministério da Educação ocorrida na semana passada foi inútil: “A Fenprof tentou, mais uma vez, abrir portas à negociação de soluções para estes problemas. Contudo, os representantes do ME continuaram a rejeitar essa via, mantendo bloqueadas as portas do diálogo consequente e da negociação, a nada dando resposta positiva”.
A federação de professores critica o ministro por publicamente – “na Assembleia da República e, principalmente, em fóruns internacionais” - se assumir como adepto do diálogo social.
“É falso. O diálogo social, em particular na Educação em Portugal, não passa de conversa fiada ou produto de exportação, com raro consumo interno”, acusa a Fenprof, que justifica assim a decisão do protesto se realizar junto ao Centro Cultural de Belém, onde está sediada a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia.
O objetivo é reinvindicar soluções para os problemas que afetam a profissão docente, mas também “alertar o estrangeiro para o facto de o que é dito pelos governantes em reuniões internacionais, serem aparências destinadas a criar ilusão”.
Segundo a Fenprof, existem atualmente cerca de 12.000 professores “precários” com 10 ou mais anos de serviço e inúmeros docentes que trabalham “mais de 46 horas semanais”.
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