Os professores "exigem que o governo honre o compromisso que assumiu, cumpra a lei e respeite a Assembleia da República, ou seja, negoceie o prazo e o modo de recuperar todo o tempo de serviço que cumpriram", segundo um comunicado publicado no sítio da Fenprof.

A última reunião negocial com o Governo realizou-se a 7 de setembro e terminou mais uma vez sem acordo, com o executivo a emitir um comunicado pouco tempo depois para anunciar uma decisão, que os sindicatos afirmam ter recebido através “da rádio”.

Ficou então a saber-se que o Governo decidira avançar unilateralmente com a proposta de “devolver” aos professores em janeiro de 2019 apenas dois anos, nove meses e 18 dias de serviço congelado.

No mesmo comunicado os professores alegam que o governo "continua sem apresentar qualquer proposta, recusando a negociação" e que as medidas que "têm sido tomadas pelo Ministério da Educação ficam muito aquém das necessidades das escolas e do direito dos docentes à estabilidade no seu exercício profissional".

Assim, "face à incapacidade do governo e, em particular, do Ministério da Educação em honrar o compromisso que assumiu, cumprir a lei, respeitar a Assembleia da República e tomar medidas que deem um efetivo combate aos problemas das escolas e dos seus profissionais, as organizações sindicais de docentes – ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE, SIPPEB e SPLIU – decidiram avançar para a greve na primeira semana de outubro", pode ler-se.

Por conseguinte, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, já tinha esta terça-feira anunciado que “vem aí um tempo de luta, que terá de ser muito intensa”, num plenário repleto de docentes, em Almada, que começou de manhã e durou até à hora do almoço.

As organizações representativas dos professores continuam a procurar forma de levar as reivindicações para o terreno e de lhes dar visibilidade.

Entre as possibilidades em discussão está a distribuição de informação aos turistas sobre os professores em Portugal, traduzida para inglês, francês e espanhol.

Os sindicatos continuam a exigir medidas específicas para a aposentação, os horários de trabalho e o combate à precariedade.