Segundo informação disponibilizada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), haverá “uma subida da temperatura máxima até à próxima terça-feira, com valores acima do habitual para esta época do ano”, com uma humidade relativa do ar inferior a 35% na generalidade do território do continente durante a tarde, verificando-se uma fraca recuperação da humidade durante a noite.

Este cenário meteorológico traduz-se num aumento dos índices de risco de incêndio, entre sábado e segunda-feira, com condições favoráveis à rápida propagação de incêndios, em especial na região de Lisboa e Vale do Tejo, distritos de Viseu, Aveiro, Guarda, Braga, Vila Real e Bragança, com níveis “elevado” a “muito elevado”.

A ANPC alerta que “a queima de matos cortados e amontoados e qualquer tipo de sobrantes de exploração, está sujeita a autorização da autarquia local, devendo esta definir o acompanhamento necessário para a sua concretização, tendo em conta o risco do período e zona em causa”.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil recomenda a “adequação de comportamentos e atitudes face à situação de perigo de incêndio rural, nomeadamente através da adoção de medidas de prevenção e precaução na utilização de fogo em espaços rurais, observando as restrições em vigor e tomando especial atenção à evolução do perigo de incêndio para os próximos dias”.

MAI apela a que se evitem comportamentos de risco

O ministro da Administração Interna (MAI) apelou hoje em Tondela, e tendo em conta o risco elevado de incêndio para os próximos dias, para as populações evitarem comportamentos de risco, nomeadamente na agricultura.

“Aquilo que apelava, neste momento, é para as populações tendo essa informação [de risco elevado de incêndio] que não tenham comportamentos que aumentem o risco, quer no cuidado com aquilo que pode provocar incêndios, quer com trabalhos agrícolas”, afirmou Eduardo Cabrita.

O governante defendeu que “essa prevenção, esse cuidado é meio caminho andado para viver em segurança”, depois de o ‘site’ do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) anunciar que está previsto risco de incêndio elevado e muito elevado em seis concelhos do distrito de Faro.

No fim de semana o risco aumenta, prevendo-se que seja muito elevado para o distrito de Faro e Portalegre e elevado em 22 concelhos de Faro, Beja, Castelo Branco, Santarém e Portalegre e volta a subir na terça-feira, onde são mais de 70 os concelhos em risco elevado de incêndio, 16 em muito elevado e um em risco máximo (Mação, no distrito de Santarém).

Na apresentação pública da plataforma de emergência e proteção civil intermunicipal das comunidades intermunicipais das regiões de Coimbra e Viseu Dão Lafões, na tarde de hoje em Tondela, o ministro disse aos jornalistas que para evitar os incêndios foi feito um “grande trabalho de prevenção em todo o inverno”.

“Em primeiro lugar limpar a floresta, limpar à volta de casas isoladas, à volta de povoações é um grande esforço, em segundo lugar a autoproteção e em terceiro lugar, é saber que os meios estão mobilizados dos meios aéreos aos meios terrestres, aos sapadores florestais, como a atividade preventiva, as forças de segurança, a autoridade da proteção civil”, afirmou.

Eduardo Cabrita disse ainda que, em 2018, houve “resultados animadores”, uma vez que se registou uma “redução em 68% na área ardida, relativamente à década anterior” e, neste sentido, defendeu que “é preciso fazer ainda mais e melhor”.

“Julgo que neste momento não podemos baixar a intensidade da nossa ação e sobretudo aquilo que estamos a fazer é dizer que sobre a experiência de 2018 é que temos de fazer ainda mais e melhor”.

(Notícia corrigida às 19h52: corrige o nome da Autoridade Nacional da Proteção Civil)