Esta reunião do órgão máximo entre congressos dos socialistas, que começa às 15:00 no Centro da Esquerda, em Lisboa, tem como primeiro ponto da ordem de trabalhos a análise da situação política, estando previsto que a intervenção inicial do secretário-geral do PS, António Costa, seja aberta à comunicação social.

Nos dias 11 de junho, por voto eletrónico, e nos dias 18 e 19 do mesmo mês, por voto presencial, os socialistas vão eleger o líder do partido e também os delegados ao congresso de 10 e 11 de julho, que se vai realizar num formato misto por causa da epidemia de covid-19.

Os cerca de dois mil delegados estimados (entre eleitos e inerentes) para o congresso do PS serão distribuídos por 13 pontos diferentes do país, consoante as federações distritais a que pertencem, e os trabalhos serão seguidos em modelo de videoconferência.

O PS quer que os espaços escolhidos para os delegados em cada um dos 13 pontos do país tenham uma capacidade de lotação superior a 800 pessoas, tendo em vista dar “totais garantias de segurança e de saúde pública”, sobretudo no que respeita a condições de distanciamento físico.

Em Lisboa, na Sala Tejo do Pavilhão Atlântico, estará a mesa do congresso e os delegados eleitos pelas federações da Área Urbana de Lisboa (FAUL) e do Oeste.

Os restantes delegados reúnem-se na Madeira, Açores, Porto, Coimbra, Portimão (Algarve), Aveiro (também junta militantes de Viseu), Estremoz (Évora e Portalegre), Mirandela (Vila Real e Bragança), Covilhã (Castelo Branco e Guarda), Fátima (Leiria Santarém), Alcácer do Sal (Setúbal e Beja) e, por fim, ainda em aberto, Barcelos ou Esposende (Braga e Viana do Castelo).

Este modelo de congresso misto, presencial e por meios digitais, tem sido contestado pelo líder da tendência minoritária na Comissão Política do PS, Daniel Adrião.

Daniel Adrião afirma que a pandemia está a servir de pretexto para retirar direitos políticos no PS e que, por parte da direção dos socialistas, se verifica uma “tentativa de asfixia democrática, com o objetivo de afastar e silenciar os críticos”.

Este dirigente socialista, que pediu aos “históricos do partido” para se insurgirem contra este modelo de congresso, acusou também a direção de ter agora aumentado o rácio para a eleição de delegados ao congresso, passando de um eleito por 50 militantes para um por 75.

Daniel Adrião considerou que esta mudança visa diminuir a representação das minorias no congresso e que a sua aplicação se torna ainda mais incompreensível quando o congresso de se vai realizar desta vez em 13 locais distintos do país.

António Costa foi pela primeira vez eleito secretário-geral do PS em novembro de 2014, depois de ter vencido em setembro desse ano com cerca de dois terços dos votos, em eleições primárias abertas a todos os simpatizantes, o então líder socialista, António José Seguro.

Em 2016 e 2018, António Costa foi reeleito secretário-geral do PS em eleições diretas partidárias sempre com mais de 96% dos votos, tendo nesses dois atos eleitorais enfrentado a oposição do socialista Daniel Adrião.