No tradicional Desfile Popular do 25 de Abril, que desceu esta tarde a Avenida da Liberdade até ao Rossio, o PS esteve representado pela secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes - acompanhada, entre outros socialistas, pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos -, enquanto o BE e o PCP contaram com a presença dos seus líderes, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa.
"Aquilo que temos feito no último ano e meio é demonstrar que não há melhor forma de honrar Abril e de honrar a democracia do que cumprir aquilo que se promete. E é aquilo que temos feito", assegurou Ana Catarina Mendes.
De acordo com a socialista, "foi assim nos rendimentos, na baixa dos impostos, na criação de emprego", considerando que assim se cumpre Abril, mas admitindo que há ainda "muito para fazer", havendo a restante "legislatura para cumprir o resto das promessas".
Já a coordenadora do BE defendeu que "o 25 de Abril é um dia que deve ser celebrado na rua", como "um enorme tributo a quem saiu à rua com o 25 de Abril e, com a sua presença, com o seu debate, com a sua força, construiu a democracia".
"Claro que festejar é também saber o que falta fazer e num país em que ainda há muita desigualdade, em que há ainda muitos salários baixos, muitas pensões baixas, sabemos que está tudo ou tanto por fazer", admitiu.
Na opinião de Catarina Martins, "quem vive na pobreza, quem se sente discriminado ou é vítima de violência, quem sente a precariedade na sua vida, quem sente a falta de uma casa não vive a liberdade" e portanto festejar hoje na rua o 25 de Abril é assumir "a responsabilidade de construir essa igualdade essencial à liberdade".
Já o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, enalteceu que "Abril e os seus valores continuam profundamente ancorados no coração da maioria do povo português", considerando que o dia de hoje é um "ato de comemoração, mas simultaneamente também de confiança no futuro" porque os valores da revolução "continuam carregados de futuro".
"Por isso mesmo olhamos para este grande desfile e, tendo em conta as próprias manifestações populares que se desenvolveram por todo o país, é razão estar profundamente confiante que Abril jamais será considerado como um ritual, como um ato que se comemora num dia. Antes pelo contrário: está carregado de futuro, sim", destacou.
Questionado pelos jornalistas sobre se o antigo Presidente da República Mário Soares - que morreu no dia 07 de janeiro deste ano - devia ser lembrado na Avenida da Liberdade, Jerónimo de Sousa defendeu que "devem ser lembrados todos aqueles que lutaram muito pela liberdade, alguns sacrificando a própria vida, conhecendo a repressão, a tortura".
"Não se pode destacar uma pessoa. Isto foi um processo que resultou da convergência, da luta de muitos democratas, de muitos antifascistas, de muitos comunistas que deram a própria vida pela liberdade. Então celebremos e lembremos todos esses que contribuíram para que Abril fosse vitorioso", apelou.
Ana Catarina Mendes foi ainda interpelada a propósito do discurso do 25 de Abril do Presidente da República, começando por evidenciar que "os últimos 15 meses têm demonstrado que é possível viver com estabilidade, sem crispação e sobretudo na procura de consensos porque acima de tudo está o povo português e o povo português precisa de respostas".
"Essas respostas só são encontradas se houver um bom contexto institucional entre as instituições democráticas e político entre os vários agentes políticos", defendeu a socialista.
Comentários