Falando durante a reunião quinzenal do executivo, Feio sublinhou que, face à perda daquele financiamento, “alguém vai ter de pagar a conta” da construção da estação de tratamento de águas residuais (ETAR).

“Serão os bracarenses, claro”, referiu, vaticinando que “a taxa da água aumentará radicalmente nos próximos anos, seguramente”.

Para o vereador socialista, “não haverá enquadramento de financiamento futuro” para a ETAR.

Na resposta, o administrador da empresa municipal de águas, efluentes e resíduos de Braga (Agere), Rui Morais, manifestou-se esperançado de que o financiamento não estará perdido.

Anunciou que na quarta-feira reunir-se-á com a Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Norte expressamente para tratar do assunto.

Rui Morais disse ainda que o processo estará parado na Agência Portuguesa do Ambiente, que ainda não deu luz verdade ao estudo de impacte ambiental.

“É pena que um processo que apresentámos em fevereiro de 2023 ainda não esteja decidido”, referiu.

Segundo o administrador da Agere, houve uma alteração legislativa e o processo “voltou à estaca zero”.

“Mas continuamos a achar que o financiamento não está perdido”, acrescentou.

Em causa está a ETAR do Este, orçada em mais de 29 milhões de euros.

Localizada junto às estradas circulares da cidade de Braga, na freguesia de Celeirós, drenará para a bacia hidrográfica do rio Ave e terá capacidade de tratamento dos esgotos de cerca de 200 mil habitantes.

Segundo a Agere, “irá eliminar as atuais descargas indevidas, constituindo, em conjunto com a ETAR de Frossos, a garantia de capacidade de tratamento e de descarga necessárias para o cumprimento da Diretiva Águas Residuais Urbanas no respetivo sistema”.

“Com esta nova ETAR serão obtidos elevados benefícios ambientais e de saúde pública”, sublinha a empresa.

A atual ETAR, em Frossos, foi construída em 1991 para uma população de 165 mil habitantes, capacidade reforçada para 230 mil habitantes em 2005, mas atualmente apresenta “sérias limitações operacionais”.