
“O deputado [do PS, Pedro Delgado Alves] já disse que não divulgou. Consultou”, afirmou o porta-voz do PS, Marcos Perestrelo, em declarações à imprensa, sublinhando que o partido “apenas pode dizer que não divulgou”.
Marcos Perestrelo referiu que do ponto de vista do PS esse não é “um facto essencial” e acusou o primeiro-ministro e líder do PSD e também este partido de “um padrão de opacidade e falta de transparência”.
O importante é que “a informação foi entregue um ano depois do que devia ter sido entregue e com a preocupação — ficámos hoje a saber – de só vir a ser conhecida depois das eleições”, afirmou.
Numa nova declaração submetida no portal da transparência dos titulares de cargos políticos, Luís Montenegro acrescentou sete novas empresas para as quais trabalhou na empresa fundada pelo próprio e que passou recentemente para os seus filhos.
Essa informação foi conhecida pouco antes do debate com o líder do PS, Pedro Nuno Santos, na quarta-feira à noite, tendo este lançado a suspeita de que o próprio Luis Montenegro o tenha feito com o propósito de influenciar o debate.
Montenegro refutou durante o debate e reiterou hoje que não entregou a nova lista de clientes da Spinumviva por decisão própria, mas por pedido da Entidade para a Transparência.
“Por mim [a informação] não era pública”, manteve hoje Montenegro, que recusou ainda interferência em contratos do Estado com empresas ligadas à Spinumviva.
Questionado sobre estas declarações do primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos defendeu que Montenegro continua a “fugir aos esclarecimentos” sobre a sua empresa familiar.
“Cada informação é libertada a ferros, a conta-gotas. Luís Montenegro escondeu várias contas do Tribunal Constitucional e faz o mesmo em relação aos clientes da sua empresa”, denunciou.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, assumiu hoje, em Beja, que há indícios de que o PS “tem muito mais a ver” com a divulgação dos clientes da empresa Spinumviva e reiterou que não difundiu nem promoveu a difusão do documento.
“Mais uma vez, os factos aparecem distorcidos, manipulados, e fui até acusado pelo líder do PS de o ter feito, quando, afinal de contas, não tenho a certeza, mas parece que o Partido Socialista tem muito mais a ver com isso do que eu”, afirmou.
Montenegro foi questionado pelos jornalistas numa ação da AD — Coligação PSD/CDS na feira Ovibeja, em Beja, sobre o deputado do PS Pedro Delgado Alves ter admitido a consulta de informação com novos dados de clientes da Spinumviva, empresa fundada pelo presidente do PSD e que passou recentemente para os seus filhos.
O Observador avançou que Delgado Alves assumiu numa reunião no Parlamento ter acedido a informação que o primeiro-ministro e líder do PSD enviou à Entidade para a Transparência e que partilhou informação com Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda.
Na sequência da divulgação de novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro.
Segundo o ‘site’ noticioso Observador, o coordenador do Grupo de Trabalho e vice-presidente da bancada do PS, Pedro Delgado Alves, terá assumido de imediato perante os outros deputados presentes que acedeu ao processo.
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