“O Governo andou mais de 100 dias a fingir que havia uma proposta concreta para a compra da SATA Internacional. Nunca houve proposta! Nunca houve negócio. O processo de privatização deveria ter sido anulado imediatamente no mês de julho, por falta de propostas concretas”, sustentou a secretária-geral do PSD/Açores, Sabrina Furtado.
A deputada falava numa conferência de imprensa onde apresentou as conclusões da reunião urgente da Comissão Política Regional do PSD/Açores, convocada pelo presidente do partido, Alexandre Gaudêncio, para debater o processo de privatização da SATA Internacional.
Em causa está a anulação do concurso da privatização de 49% da Azores Airlines (a operação da transportadora aérea SATA para fora do arquipélago), o que sucede após a divulgação de documentos que causaram um "sério dano ao grupo SATA e aos Açores", anunciou na sexta-feira o Governo dos Açores.
Segundo notícias da RTP/Açores, citando documentos privados da comissão de inquérito do parlamento açoriano ao setor empresarial público, indicam que não havia uma proposta formal apresentada pelos islandeses da Icelandair, única entidade qualificada para a segunda fase da alienação, mas sim o intuito de abrir um período de negociações com a SATA.
Na sexta-feira, o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, mostrou-se dececionado com a divulgação de informação "confidencial" em torno do processo de alienação de 49% da Azores Airlines, frisando que este "é um caso de polícia".
Hoje, a Comissão Política Regional do PSD/Açores sustentou que "o Governo mentiu aos açorianos porque não há, nem nunca houve, nenhuma proposta concreta para a compra de 49% do capital da SATA Internacional", acrescentando que o executivo "e o Partido Socialista encenaram uma farsa sobre uma suposta fuga de informação para desviar as atenções do que realmente importa".
"O processo de privatização da SATA Internacional é uma fraude política. O Governo regional e o Partido Socialista mentiram aos açorianos", frisou.
Para o PSD/Açores, os socialistas "voltaram a cometer um ato de gestão danosa na SATA", frisando que Vasco Cordeiro "é o responsável máximo pela fraude política que foi o processo de privatização da SATA Internacional" e "pela destruição da SATA".
"Enquanto o Governo passou quatro meses a fingir ter uma proposta de compra, a SATA acumulou prejuízos de milhões de euros", apontou Sabrina Furtado.
Na visão do PSD/Açores, a presidente do parlamento açoriano, Ana Luís, é "a principal responsável", porque "abriu um inquérito à suposta fuga de informação antes desta acontecer".
"Os documentos só foram tornados públicos às 20:00 de quinta-feira, no telejornal da RTP/Açores, mas às 17:44 do mesmo dia a senhora presidente da Assembleia já estava a anunciar a abertura de um inquérito. Estamos perante uma farsa da responsabilidade da presidente da Assembleia, que foi manipulada pelo Partido Socialista", referiu Sabrina Furtado.
O PSD/Açores apontou ainda que, "no mês passado", a secretária regional dos Transportes, Ana Cunha, "chegou ao ponto de prestar falsas declarações à comissão parlamentar de inquérito o que pode configurar crime quando disse que havia uma proposta vinculativa"
A Comissão Política Regional do PSD/Açores manifestou a "absoluta confiança no presidente da Comissão de Inquérito e nos deputados do PSD que a integram".
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