“O país sabe hoje que tem um primeiro-ministro excelente a dar boas notícias, mas nas horas difíceis, nas horas em que precisa de um chefe de Governo, o senhor está ausente, o senhor falha”, acusou Hugo Soares, no início do debate da moção de censura do CDS-PP.
Na primeira ronda de perguntas à líder do CDS-PP, Assunção cristas, o líder parlamentar do PSD optou por se dirigir quase exclusivamente ao primeiro-ministro, António Costa, considerando que o debate de hoje “tem um passado, tem um presente e tem um futuro”.
“O passado é tudo o que aconteceu no país em que o Governo falhou, o Estado falhou e o primeiro-ministro falhou”, criticou.
Hugo Soares responsabilizou diretamente António Costa pelas falhas, dizendo que “foi a sua incompetência, a sua insensibilidade e a sua soberba” que fez com que não tivesse sido prolongada a fase mais crítica dos incêndios ou tivesse substituído vários comandantes na proteção civil “por amigos” pouco antes da época de incêndios.
“Foi a sua incompetência, a sua insensibilidade, a sua soberba que o fez manter uma ministra que implorava para sair porque não tinha condições políticas e pessoais”, acusou ainda Hugo Soares.
Sobre o presente, Hugo Soares lamentou que António Costa não tenha aceite o repto lançado pelo PSD no debate quinzenal de quarta-feira e trazido ao parlamento uma moção de confiança, desafio rejeitado por António Costa, que na altura disse que o chumbo da moção de censura seria uma demonstração do reforço do Governo.
“Respondeu por si o líder parlamentar do PCP [João Oliveira], que disse que o chumbo desta moção de censura não era um reforço do seu governo”, criticou Hugo Soares.
Para o líder parlamentar do PSD o primeiro-ministro não trouxe a moção de confiança porque sabia que “PCP, BE e Verdes não a aprovariam”.
“O senhor não tem a confiança deste parlamento”, defendeu.
A respeito do futuro, Hugo Soares reiterou que o PSD está disponível para analisar as medidas aprovadas no Conselho de Ministros de sábado e “apoiar aquilo que for de apoiar”.
“Não é por falta de apoio desta bancada que o país não vai fazer aquilo que precisa”, disse, lamentando, contudo, que o Governo tenha perdido quatro meses ao não aprovar uma proposta do PSD que já previa um mecanismo extrajudicial para indemnizar as vítimas.
Hugo Soares salientou que o PSD defende ainda outras medidas, como uma Unidade Técnica Militar, ou a escolha dos dirigentes da Proteção Civil por concurso.
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