“É uma farsa esta pseudo-negociação”, acusou a vice-presidente da bancada do PSD Margarida Mano, em declarações aos jornalistas no parlamento, em Lisboa, considerando que “não é numa reunião convocada em 24 horas” que se poderiam aproximar posições tão diferentes como as do Governo e dos professores.

O Governo aprovou hoje em Conselho de Ministros o decreto-lei que prevê a recuperação de dois anos, nove meses e 18 dias de tempo congelado aos professores (em vez dos mais de nove anos exigidos por esta classe profissional), dois dias depois da última reunião negocial entre as dez estruturas sindicais de professores e representantes dos ministérios da Educação e das Finanças, que terminou sem acordo.

Questionada sobre o que fará o PSD caso o diploma seja promulgado, Margarida Mano recusou antecipar cenários antes do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, se pronunciar.

“A posição do PSD é que todo o tempo deve ser contado e a forma como tal acontece deve ser vista em sede de negociação (…). O passo seguinte é a decisão do senhor Presidente da República, nós não iremos antecipar nada sem esperar por essa decisão”, afirmou.

“Só decidiremos se fazemos ou não uma apreciação parlamentar depois da decisão do Presidente da República”, reforçou, perante a insistência dos jornalistas.

Margarida Mano lembrou que Marcelo Rebelo de Sousa disse que só tomaria uma decisão depois de conhecer o Orçamento do Estado e referiu que o chefe de Estado “tem estado a auscultar todos os envolvidos”.

A ‘vice’ da bancada social-democrata voltou a defender que para o seu partido “o processo de negociação é uma competência do Governo e não do parlamento” e insistiu em que o executivo mostre os dados em que sustenta a sua recusa de contar o tempo integral de serviço dos professores.

“Há de haver dados, valores em cima da mesa”, apelou.