“Nunca se desinvestiu tanto, nunca se usou tão pouco o investimento público como agora, não se fez uma única reforma estrutural. Portanto, de facto, foram quatro anos de ‘reality show’” e “sem governação”, resumiu, em declarações à Lusa, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão.

Para o ex-ministro, “foram quatro anos em que praticamente não se governou, fez-se política exclusivamente, fizeram-se negociações sucessivas no âmbito desta ‘coligação’ entre o PS, o BE e o PCP”.

Foram quatro anos em que se foi “assistindo às negociações em público e sabendo das privadas entre os partidos que governam o país”, disse.

Tal como o CDS, ex-parceiro de Governo de 2011 e 2015, o PSD faz o elogio, e até escolhe como ponto positivo para a legislatura, a “justa reposição de rendimentos”.

“Mas essa reposição qualquer governo tinha a obrigação de a fazer. Porque nós tivemos um governo de quatro anos do PSD e do CDS que fez a recuperação [da situação económica do país] para ser possível essa reposição de rendimento”, afirmou Negrão, recordando o “estado em que o PS deixou o país, em bancarrota”.

Falando à Lusa a propósito da situação do país, a poucos dias do debate do estado da nação, no parlamento, agendado para 10 de julho, Fernando Negrão escolhe para negativo o que considera ser o “outro lado” dessa “reposição de rendimentos”.

Olhando para o país, há sinais de preocupação com a “degradação dos serviços públicos”, dado que, por exemplo, “as cirurgias com mais tempo de espera duplicaram nestes quatros anos” ou porque falham os transportes, com greves e falta de oferta, depois de o Governo ter lançado “uma medida justa” de redução do preço do passe social.

“Isto só quer dizer uma coisa: má governação. Má governação que não usou os instrumentos que tem, designadamente quanto ao investimento público. Pelo contrário: cortou, cortou, cortou. E ao mesmo tempo dizia que não havia austeridade. Nunca vivemos com tanta austeridade como agora e os problemas com os serviços públicos nunca foram tão graves como agora”, dramatizou o líder da bancada social-democrata.

Nos hospitais públicos, afirmou, o que está a ser feito pelo Governo “é quase próximo de tentar destruir o Serviço Nacional de Saúde”.

O PSD concorreu às legislativas de outubro de 2015 em aliança com o PSD, que venceu as eleições, mas o governo de coligação que formaram foi chumbado por uma maioria de esquerda no parlamento, que a seguir fez um acordo para viabilizar um executivo minoritário do PS, com o apoio do BE, PCP e PEV.

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