José Paulo Fafe falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, numa audição no âmbito do requerimento do Bloco Esquerda (BE) sobre a situação na Global Media Group (GMG).
Questionado sobre quem inviabilizou o negócio da compra da participação da GMG na Lusa pelo Estado, o gestor recordou que “o Governo desistiu de fazer um negócio”, alegando “não existir um consenso partidário”, contou.
“O que me surpreendeu porque eu sei – e digo aqui sem qualquer problema – que o PSD, numa primeira fase tinha dado o acordo para o negócio através do senhor doutor Paulo Rangel, foi-me transmitido por alto responsável do PSD”, prosseguiu José Paulo Fafe.
No entanto “nas vésperas do negócio” que viria a ser inviabilizado, “quando puxei o assunto” durante um jantar com um responsável do PSD, foi dito ‘não é bem assim, temos de saber os contornos do negócio”, relatou, apontando ter ficado “surpreendido na altura” pela postura, que “foi algo inesperada e inopinada”.
Apontou que esse responsável era Hugo Soares, do PSD.
“Não quis pensar o pior”, mas o negócio não se fez, acrescentou.
Durante a sua audição garantiu não ter falado com “nenhum membro do Governo” e que “quem conduziu as negociações foi Marco Galinha”.
Questionado se se demite, foi perentório: “Não, não me demito”.
“Vão ter de levar comigo até eu decidir”, rematou o presidente executivo da Global Media.
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