No final de uma visita aos estaleiros navais da West Sea, em Viana do Castelo, e questionado sobre as acusações de Montenegro, Rio recusou-se a comentar e repetiu o que já havia afirmado hoje em Famalicão de que foi "obrigado a vir trazer as coisas do partido à praça pública", remetendo para quinta-feira a discussão sobre questões internas do partido.

"A função do presidente do partido não é trazer as questões internas para a praça pública, bem pelo contrário. Só trago quando sou obrigado a fazê-lo, foi o que tive de fazer no sábado, agora não. Vou responder tudo, dentro do conselho nacional. E m público não", afirmou.

Luís Montenegro acusou hoje o presidente Rui Rio de ter tido "medo" de convocar diretas no partido, mas disse manter a sua disponibilidade de ser candidato, se algum órgão as convocar.

"Lamento que o doutor Rui Rio não tenha tido coragem de marcar diretas no PSD. Lamento que o doutor Rui Rio tenha tido medo de ouvir a voz dos militantes", criticou Montenegro, no final de uma audiência de cerca de 35 minutos com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A reunião do Conselho Nacional extraordinário do PSD para submeter à votação a moção de confiança do presidente Rui Rio realiza-se na quinta-feira, no Porto, às 17:00, disse hoje à Lusa o presidente deste órgão, Paulo Mota Pinto.

O artigo 68.º dos estatutos do PSD determina que "as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante".

A reunião surge depois do desafio do antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro ter pedido a convocação de eleições diretas antecipadas e de Rui Rio o ter rejeitado e decidido submeter a direção a um voto de confiança do Conselho Nacional.

Além da visita aos navios que a West Sea tem em construção, Rui Rio reuniu durante cerca de meia hora com a administração do grupo português que considerou "um caso de sucesso".

[Notícia atualizada às 17:54]