Paulo Cafôfo deverá assim assumir a liderança do principal partido da oposição na Madeira, sucedendo a Emanuel Câmara.

Nestas eleições internas estão em condições de votar cerca de 2.000 militantes socialistas no arquipélago.

Paulo Cafôfo já apresentou publicamente a sua moção global de estratégia para o partido, com o tema “Avançar a Madeira pelas pessoas”, um projeto já entregue na Comissão Organizadora do XIX Congresso Regional do PS, agendado para os dias 19 e 20 de setembro, no Funchal.

No documento, o candidato defende “uma mudança política” nesta região e preconiza uma política interna para “modernizar” e “inovar” a estrutura do partido.

Paulo Cafôfo, professor de História com 49 anos, surgiu na vida política da Madeira encabeçando, como independente, a coligação “Mudança”, que congregou seis partidos (PS, BE, PND, MPT, PTP e PAN) nas eleições autárquicas realizadas em 2013 e derrotou pela primeira vez o PSD na Câmara Municipal do Funchal.

Até esse ano, o PSD sempre havia presidido ao principal município da Madeira com maioria.

Quatro anos depois, foi reeleito liderando a coligação “Confiança” (PS, BE, PDR e Nós, Cidadãos!).

Em 01 de junho de 2019 renunciou ao mandato para ser o candidato do PS à presidência do Governo Regional da Madeira, indicado pelo atual presidente do partido, Emanuel Câmara, e teve como principal adversário o social-democrata Miguel Albuquerque, atual chefe do executivo insula que então se recandidatava.

Nestas regionais o PS obteve o melhor resultado de sempre, ao conseguir eleger 19 deputados, num total de 47 que compõem o parlamento da Madeira, onde têm assento também 21 deputados do PSD, três do CDS-PP, três do JPP e um do PCP.

O PSD conseguiu manter-se no poder com uma coligação com o CDS-PP e Paulo Cafôfo passou a ocupar o lugar de deputado, integrando a bancada regional do PS, partido no qual se filiou apenas em 04 de novembro de 2019.

O PS/Madeira teve de alterar o seu calendário eleitoral para cumprir o estabelecido nos estatutos, em termos de prazo de filiação, para permitir a candidatura de Cafôfo à liderança, adiando as eleições cinco meses, para depois de maio de 2020.

“Eu quero que o partido seja um partido unido. Este é um projeto de união, um projeto de proximidade e um projeto de inovação dentro do Partido Socialista, num novo ciclo e numa nova página que se abre dentro da longa história deste partido”, declarou Paulo Cafôfo na conferência de imprensa de apresentação da sua moção de estratégia, no passado dia 15 de julho.