“A sentença do Supremo Tribunal contra membros do governo, do parlamento e das entidades sociais mais importantes da Catalunha confirmam a estratégia de repressão e vingança contra todos os cidadãos e cidadãs que procuraram a via da democracia”, disse Puigdemont à imprensa em Bruxelas, onde se exilou em 2017.
A sentença, afirmou, “condena mais de dois milhões de pessoas que tornaram possível o referendo de autodeterminação de 01 de outubro de 2017″, consulta declarada ilegal pela justiça de espanhola.
Puigdemont apelou para a mobilização não-violenta e para uma “resposta sonora” nas eleições legislativas marcadas para 10 de novembro.
“Temos de nos mobilizar e fazer ouvir a nossa voz. Há muitas formas e todas elas devem ser democráticas e não-violentas, como sempre […] Temos de converter as eleições numa mostra maciça de repúdio”, disse o ex-presidente da Generalitat (governo regional da Catalunha).
O político catalão criticou também a União Europeia (UE), que acusou de “se calar” em face “da violência” exercida no dia do referendo “contra um povo que tinha saído para votar”.
“Uma Europa que dança ao som da música do Estado espanhol, que impede que os representantes de mais de dois milhões de cidadãos europeus estejam sentados no Parlamento Europeu”, disse, referindo-se aos três eurodeputados catalães impedidos de tomar posse na assembleia europeia.
O Supremo Tribunal de Espanha condenou hoje a penas entre os 9 e os 13 anos de prisão os dirigentes do processo independentista da Catalunha de 2017.
Puigdemont, que fugiu para a Bélgica em 2017 para escapar à justiça espanhola, falou à imprensa depois de ter sido emitido um novo mandado de detenção contra ele, mas não respondeu a perguntas dos jornalistas.
Já o seu advogado na Bélgica, Paul Bekaert, assegurou que Puigdemont irá colaborar com a justiça belga e não deixará de se apresentar se for convocado.
O advogado disse não ter ainda confirmação de que a Procuradoria da Bélgica já tenha recebido o mandado, um documento de 57 páginas em que se pede a entrega de Puigdemont a Espanha.
“Vamos falar com o procurador e o meu cliente, se for convocado a apresentar-se a um juiz, não se vai esconder. Colaborará com a justiça belga. Confia na justiça belga, é por essa razão que está em Bruxelas”, disse.
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