“O que torna toda esta situação extremamente abominável é que um judeu encubra a glorificação na Ucrânia do nazismo e daqueles que, na altura, comandaram o Holocausto”, declarou Putin ao canal de televisão Rossiya 24.
E recordou também que 1,5 milhões de judeus foram mortos na Ucrânia durante a ocupação alemã do país durante a Segunda Guerra Mundial.
Por outro lado, acusou as potências ocidentais que apoiaram a subida de Zelensky ao poder de “ocultar a essência anti-humana que está na base do moderno Estado ucraniano”.
O dirigente russo emitiu estas declarações ao presidir
à reunião do comité “Vitória”, responsável por organizar os festejos do aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, que Moscovo celebra anualmente a 09 de maio.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro de 2022, que Putin acusa Zelensky de liderar um “regime neonazi”, algo que Kiev categoricamente rejeita.
Em contrapartida, Kiev acusa o Kremlin de táticas “fascistas” ao cometer presumíveis crimes de guerra em território ucraniano e atacar indiscriminadamente infraestruturas civis durante a guerra de agressão em curso na Ucrânia há mais de um ano e meio.
Em outubro de 2021, Zelensky, que nasceu numa família judia, prestou homenagem às vítimas do Holocausto na Ucrânia, juntamente com os Presidentes de Israel e da Alemanha.
A cerimónia decorreu em Babi Yar, por ocasião do 80.º aniversário do massacre de quase 34.000 judeus nos arredores de Kiev.
“É uma página negra da história da humanidade [e] uma tragédia comum dos povos judeu e ucraniano”, sublinhou então Zelensky.
A ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 18 meses um elevado número de vítimas não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.
A invasão — justificada por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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