Numa entrevista ao canal NBC, feita em São Petersburgo, que será divulgada hoje na íntegra, Putin assegura que esteve com Michael Flynn num jantar de gala da Russia Today, mas desconhecia quem era.

“Fiz o meu discurso, depois falámos sobre qualquer coisa, levantei-me e saí. Mais tarde disseram-me que esse senhor era norte-americano, responsável por determinadas coisas, que costumava estar nos serviços de segurança. É tudo”, recordou Putin.

Michael Flynn, assessor para a Segurança Nacional dos Estados Unidos na administração de Donald Trump, renunciou ao cargo em fevereiro após informações de que teria enganado o vice-Presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.

Na carta da demissão, Flynn disse que teve várias conversas telefónicas com o embaixador russo nos Estados Unidos, Serguei Kysliak, durante o período de transição, antes da tomada de posse de Donald Trump, e que forneceu “informação incompleta” sobre essas conversas ao vice-Presidente norte-americano.

Em 2015, Flynn recebeu cerca de 45.000 dólares para comparecer num jantar de gala da Russia Today, uma estação televisiva promovida pelo Kremlin, onde esteve sentado perto de Putin.

O Departamento de Defesa norte-americano investiga se Michael Flynn, ex-diretor da CIA, pôs em risco o cargo que ocupava ao não ter revelado que cobrou aquele montante para participar no jantar de gala da Russia Today.

As alegadas ligações da equipa da campanha presidencial de Donald Trump com a Rússia serão ainda questionadas esta semana na audição do ex-diretor da polícia federal norte-americana (FBI) James Comey, demitido em maio.

A audição, marcada para quinta-feira, será pública e vai decorrer no Comité dos Serviços de Inteligência do Senado norte-americano.

James Comey foi demitido de forma repentina, a 9 de maio, numa altura em que estava a supervisionar uma investigação sobre os alegados contactos mantidos entre a campanha de Trump e a Rússia durante a corrida às presidenciais nos Estados Unidos.