“Quando disse que, neste clima que é de pandemia e de crise económica e social, não fazia sentido juntar uma crise política disse aquilo que acho que qualquer pessoa sensata diria, disse aquilo que sinto que está na cabeça dos portugueses”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na abertura da Feira do Livro do Porto.
Segundo o chefe de Estado, os portugueses sabem que a pandemia esta aí e pode conhecer um agravamento, sabem que a crise económica vai conhecer um agravamento e sabem que, no meio disto tudo, haver uma crise política significa uma “interrupção, paralisação e perturbação” naquilo que é essencial, nomeadamente para utilizar fundos que virão de Bruxelas e para colocar de pé um plano de recuperação.
“Se pelo meio surge uma crise que obriga a debate político, a capacidade de resposta à pandemia, à crise e à recuperação fica adiada e prejudicada”, considerou”.
Marcelo Rebelo de Sousa questionou “quem ganha com isso?”, para responder de imediato: “Ninguém”.
Na mesma ocasião, o Presidente da República reafirmou que o país não pode prescindir do papel das instituições sociais, reiterando a necessidade do reforço da ligação entre as áreas da Saúde e Segurança Social nos lares, porque estes exigem um acompanhamento sanitário constante com ou sem pandemia.
Adiantando que ao longo dos últimos meses foi acompanhando a situação das instituições, e preferindo não especificar casos concretos, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que “uma coisa certa” é que o país não pode prescindir do papel das instituições particulares de solidariedade social, nem das misericórdias, ou seja, das instituições sociais.
O chefe de Estado considerou que, depois, é fundamental tomar-se conhecimento do que se descobriu em relação a instituições clandestinas que não eram do conhecimento da generalidade dos portugueses e que “são mais do que se imaginava”.
“Depois temos de retirar lições daquilo que funcionou menos bem para que não se repita”, afirmou.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 832 mil mortos e infetou mais de 24,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.815 pessoas das 57.074 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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