O relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) relativo a junho precisa que nos primeiros seis meses do ano ocorreram em Portugal 15.457 acidentes de viação, 210 mortos, 1.120 feridos graves e 18.006 feridos ligeiros.
“Comparativamente a 2019, ano que a Comissão Europeia considerou como o ano base de referência para efeitos da avaliação da evolução da sinistralidade rodoviária durante a presente década, critério que também foi adotado em Portugal, registaram-se menos 1.952 acidentes (-11,2%), menos 50 vítimas mortais (-19,2%), menos 41 feridos graves (-3,5%) e menos 2.950 feridos leves (-14,1%)”, refere o documento sobre a sinistralidade a 24 horas, ou seja, óbitos ocorridos no local do acidente ou a caminho do hospital.
Segundo a ANSR, a Comissão Europeia compara os dados com 2019, uma vez que 2020 e 2021 registaram quebras significativas da circulação rodoviária comparativamente a 2019, devido à pandemia, e consequentemente, reduções naqueles dois anos nos principais indicadores sinistralidade face a este ano.
O documento indica também que em comparação com 2021, no primeiro semestre de 2022 se registaram mais 2.857 acidentes (+22,7%), mais 64 vítimas mortais (+43,8%), mais 187 feridos graves (+20,0%) e mais 3.551 feridos ligeiros (+24,6%).
A ANSR salienta que, relativamente a 2021, este ano tem registado um aumento da circulação automóvel com o correspondente acréscimo no risco de acidente, como se pode concluir do crescimento de 30% no tráfego das autoestradas registado no primeiro trimestre e do aumento de cerca de 13,8% do consumo de combustível rodoviário no primeiro semestre de acordo com dados da Direção-Geral de Energia e Geologia.
Nos primeiros seis meses de 2022, as colisões representaram 53,1% do total de acidentes, 37,7% das vítimas mortais e 44,1% dos feridos graves, mas foram os atropelamentos que mais subiram em relação a 2021, tendo aumento 35% ao se registarem 1.953, bem como no número de mortos, um total de 27 (mais 28,6%).
A ANSR dá igualmente conta que os desastres dentro das localidades continuam a ser o maior número, correspondendo a quase 80% dos acidentes que ocorreram até junho. No entanto, os desastres fora das localidades registaram a maior subida face ao mesmo período de 2021, 39%, assim como no número de mortos (+107%).
Nos primeiros seis meses do ano, as vias com mais acidentes foram os arruamentos (63,8% do total), estradas nacionais (EN) e autoestradas (AE), tendo ocorrido “aumentos significativos” de vítimas mortais e feridos graves nas EN, AE e itinerários complementares (IC).
“O índice de gravidade (vítimas mortais/100 acidentes) acentuou-se especialmente nos itinerários complementares (+117,1%) e itinerários principais (+53,3%), em contraste com a redução nas estradas regionais (-58,8%). Considerando a evolução da sinistralidade mais grave em termos alargados (vítimas mortais+feridos graves), salientam-se os agravamentos mais significativos nos itinerários principais, itinerários complementares e nas autoestradas”, sublinha a ANSR.
De acordo com o documento, a maioria das vítimas mortais no primeiro semestre eram condutores, seguido de passageiros e peões e, em relação a período homólogo de 2021, foram entre os passageiros que se registou uma maior subida de mortos e feridos graves.
Em relação à categoria de veículo interveniente nos acidentes, os automóveis ligeiros corresponderam a 72,1% do total, com um aumento de 26,0% relativamente ao período homólogo de 2021, tendo-se verificado subidas nos veículos pesados (+21,9%) e motos (+21,4%).
Os acidentes aumentaram em todos os distritos no primeiro semestre face a 2021, sendo a subida mais acentuadamente em Portalegre (+52,9%) e Guarda (+40,4%).
As vítimas mortais aumentaram em 16 distritos, nomeadamente em Leiria (+9) e os feridos graves aumentaram em 14 dos 18 distritos do Continente, em especial no Porto (+54) e em Santarém e Setúbal (+32 em cada).
A ANSR indica ainda que, entre janeiro e junho, 51,7% do número de vítimas mortais se registou na rede rodoviária sob a responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (44,4%), Brisa (5,3%) e Ascendi (1,9%).
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