Envolvido em filmes como "Crash" e "Million Dollar Baby", Haggis foi acusado por três mulheres, que, sob anonimato, divulgaram agora os seus casos, que tinham sido incluídos no processo interposto pela publicista Haleigh Breest por violação.
Nesta primeira acusação da publicista, o guionista negou
os factos e apresentou uma ação contra a Breest, argumentando que a suposta vítima teria exigido nove milhões de dólares para resolver o caso, uma circunstância que ele interpretou como uma tentativa de extorsão.
A advogada Christine Lepera, que representa Paul Haggis, negou hoje “na sua totalidade" as três novas acusações e sugeriu que estas estão a ser dirigidas pelos advogados de Haleigh Breest como uma tática para chegar a um acordo judicial.
A primeira mulher a acusar Paul Haggis foi Haleigh Breest, que assegurou que, após a estreia de um filme, o guionista a convidou a tomar uma bebida em sua casa. Uma vez lá, a suposta vítima, que na época tinha 26 anos, conta que Haggis se comportou de maneira violenta, arrancou as suas meias e a violou. Uma das três mulheres que acusam o guionista contou que conheceu Haggis em 1996 quando trabalhava num programa de televisão.
Segundo o seu relato, o guionista beijou-a contra a sua vontade num escritório e quando ela lhe pediu que parasse, “tornou-se ameaçador" e perguntou se ela queria continuar a trabalhar na indústria audiovisual. Em seguida, Haggis forçou-a a fazer sexo oral e violou-a, de acordo com o relato da presumível vítima.
As outras duas mulheres também alegaram que o guionista as perseguiu e tentou violá-las em dois episódios diferentes ocorridos em 2005 e 2008.
Paul Haggis dirigiu e escreveu o filme "Crash" (2004), com o qual ganhou dois Óscares pelo melhor filme e o melhor guião original. Os seus créditos como guionista incluem os filmes "Million Dollar Baby" (2004), "Letters from Iwo Jima" (2006), "Casino Royale" (2006) e "Quantum of Solace" (2008).
Como diretor deixou a sua assinatura no filme "In the Valley of Elah" (2007) e na minissérie "Show Me a Hero" (2015).
A agência espanhola Efe refere que as acusações contra Haggis aumentam a enorme controvérsia que se vive em Hollywood com a denúncia de numerosos casos de abuso sexual que surgiram depois de revelado o escândalo em torno do produtor Harvey Weinstein.
As acusações envolvem artistas como Kevin Spacey, Dustin Hoffman, Brett Ratner, John Lasseter, Louis CK ou Bryan Singer.
O escândalo sexual que envolve o produtor de Hollywood Harvey Weinstein deu início à campanha “Me too”, que incentivou as vítimas de assédio a denunciar os seus casos e inspirou mais de 300 estrelas de Hollywood a lançar um fundo de defesa legal destinado a ajudar mulheres menos privilegiadas do que elas a protegerem-se de possíveis abusos sexuais no local de trabalho.
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