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Num comunicado, a associação exige ação imediata das autoridades e das estruturas internas da corporação. “A associação exige a responsabilização urgente dos implicados”, pode ler-se na nota.
A Quebrar o Silêncio rejeita qualquer tentativa de enquadrar o crime como ritual ou brincadeira de integração. “A violência sexual não é praxe, não é brincadeira e muito menos ritual de integração”, afirma a organização, que classifica como “ultraje à vítima” tratar atos de coerção sexual como parte de um rito iniciático.
Para a associação, este caso representa “uma perversão da noção de camaradagem e um insulto à própria missão de serviço público que se espera de bombeiros.”
“Não há motivo para suspender”, diz comandante
A indignação da organização agrava-se perante o facto de os suspeitos continuarem no ativo. Citando as palavras do comandante da corporação, José Sousa — “neste momento, não há motivo para suspender” — a Quebrar o Silêncio alerta para o impacto que esta postura tem na confiança pública.
O comunicado recorda que o abuso sexual é “uma forma de violência traumática, capaz de deixar marcas duradouras, físicas, psicológicas e sociais.” A alegada agressão, ocorrida num contexto de hierarquia, representa “uma violação extrema da confiança e da integridade da pessoa.”
Confiança na instituição “profundamente abalada”
Segundo a organização, este episódio “compromete a confiança que a sociedade deposita nos bombeiros”, figuras que deveriam representar segurança e solidariedade. “Aqueles que deveriam proteger foram acusados de abusar de poder, numa traição chocante do dever que lhes está associado.”
A nota sublinha que a imagem coletiva de uma corporação dedicada ao socorro fica “profundamente abalada” perante denúncias desta gravidade.
A Quebrar o Silêncio exige que o processo avance sem hesitações: “Que os suspeitos sejam levados a julgamento, que as vítimas recebam apoio especializado e que se desencadeie uma reflexão séria e urgente sobre a cultura interna das corporações de bombeiros.”
A associação promete continuar a lutar contra a impunidade: “Reafirmamos o nosso compromisso: continuar a defender as vítimas de violência sexual, denunciar práticas abusivas e contribuir para uma transformação institucional.”
A organização disponibiliza-se ainda para colaborar com instituições que queiram rever práticas internas e criar códigos de conduta que evitem a repetição de situações semelhantes.
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