“Temos cinco lotes, sendo quatro da mina do Catoca e uma pedra da Sociedade Mineira do Cuango, com 183 quilates”, disse o presidente da Sodiam, Eugénio Bravo da Rosa, à margem da 1ª Conferência e Exposição angolana sobre minas, que decorre hoje e quinta-feira em Talatona, Luanda.
O responsável da empresa nacional de comercialização de diamantes acrescentou que “a qualidade dos diamantes angolanos é por demais conhecida” : “E esta pedra, não só pelo seu peso, mas pela cor e pela claridade, que são algumas das características que são referidas para avaliação dos diamantes, constitui uma peça de interesse para quem quiser comprar”.
Eugénio Bravo da Rosa não quis adiantar quais as receitas perspetivadas para este leilão, “para não influenciar as pessoas que vão participar e que têm de fazer ofertas de preço”, considerando que os valores para as pedras especiais são diferentes.
“Depende muito daquilo que cada comprador avaliar e considerar como o valor correto e que varia de avaliador para avaliador, depois de vistos aspetos técnicos como o tamanho, a quilatagem, a cor e a claridade das pedras. Mas existe sempre um fator subjetivo”, explicou.
No primeiro leilão realizado pela Sodiam, em fevereiro, foram arrecadados cerca de 17 milhões de dólares (15,3 milhões de euros)
As 105 empresas já registadas (da Índia, Dubai, Bélgica, Israel e África do Sul) poderão licitar entre hoje e 06 de dezembro, altura em que serão analisados e apurados os resultados, que vão ser divulgados publicamente no dia seguinte.
A Sodiam assina também hoje acordos para duas novas fábricas de lapidação de diamantes no polo diamantífero de Saurimo, num investimento próximo dos dez milhões de dólares (nove milhões de euros), segundo Eugénio Bravo da Rosa.
As fábricas serão construídas ao abrigo de acordos com a Blue Glacier e de uma parceria da Endiama (concessionária angolana de diamantes) com a Tosyali.
As obras do polo, um investimento de 77 milhões de dólares (70 milhões de euros), deverão estar concluídas no final do próximo ano e as fábricas deverão criar entre 250 e 500 postos de trabalho.
No arranque, as fábricas podem lapidar cerca de dois milhões de diamantes por mês, um volume que vai aumentando e poderá chegar aos dez milhões por mês, acrescentou Eugénio Bravo da Rosa.
Em declarações aos jornalistas, o ministro dos Recursos Naturais e Petróleos, Diamantino Pedro de Azevedo, salientou que o polo de Saurimo é uma iniciativa com que o executivo pretende cumprir os objetivos da nova política de comercialização de diamantes em Angola, nomeadamente alcançar cerca de 20% da lapidação de diamantes produzidos no país.
“Para esse efeito, estamos a criar condições para que mais investidores venham para o nosso país e possam abrir fábricas neste polo na província da Lunda Sul, onde estamos a criar as infraestruturas necessárias para o efeito”, salientou.
Ainda no setor mineiro, a Endiama assinou também um acordo de prospeção de diamantes com a Alrosa.
Foram também assinados acordos de investimento com a AngloAmerican, um conglomerado britânico da mineração, e para o desenvolvimento do projeto mineiro de Kassinga, na província da Huíla, que inclui a criação de uma siderurgia e que vai ser desenvolvido pela empresa de origem turca Tosyali Iron & Steel Angola.
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