Horas antes de confirmar que ele e a mulher tinham testado positivo à covid-19, Donald Trump revelou que a sua assessora mais próxima estava infetada e que por isso ele e a mulher iriam fazer o teste.

"Ela deu positivo", disse Donald Trump à estação de televisão Fox News, confirmando as notícias da imprensa sobre Hope Hicks, conselheira presidencial.

O pior cenário confirmou-se e tudo indica que o casal foi mesmo contagiado por Hope Hicks.

Hope Hicks, 31 anos, estava a bordo do Air Force One com o Presidente dos Estados Unidos, num voo para Cleveland (centro-leste), na terça-feira, para participar no debate eleitoral com o candidato democrata à Casa Branca Joe Biden.

A conselheira também viajou com Trump na quarta-feira, para o estado de Minnesota (centro-oeste), onde decorreu uma reunião de campanha.

Natural de Greenwich, no Connecticut, Hicks, foi modelo na adolescência e entrou no seio da família Trump aos 25 (2014), começando por trabalhar para Ivanka como relações públicas da marca de roupa da filha de Donald Trump. Desde então tornou-se muito próxima da família e foi desempenhado vários cargos — subindo na hierarquia.

Hicks foi a porta-voz da campanha eleitoral de Trump (2015) e permaneceu uma das suas assessoras mais fiéis.

Em agosto de 2017 foi convidada para diretora de comunicação do presidente dos EUA — a mais jovem de sempre nesse cargo —, para substituir Anthony Scaramucci, que ocupou a posição durante de 10 dias.

Nesse ano, foi bastante criticada por uma declaração que fez sobre a personalidade e o caráter de Donald Trump.

"O Presidente Trump tem uma personalidade magnética e transmite uma energia positiva, que contagia as pessoas à volta dele. Ele tem uma incomparável habilidade de comunicação com as pessoas, fale para uma sala com três pessoas ou para uma arena de 30.000. Tem construído boas relações ao longo da sua vida e trata todos com respeito. Ele é brilhante e tem um grande sentido de humor. Tem uma incrível capacidade de fazer as pessoas sentirem-se especiais e inspiradas", disse.

Hicks foi, também em 2017, incluída na lista “30 abaixo dos 30” da revista Forbes. Num perfil do 'Politico', a publicação norte-americana descreveu-a como sendo "a intocável Hope Hicks".

Em 2018 deixou o cargo. A renuncia aconteceu um dia depois de Hicks ter sido interrogada durante nove horas por uma comissão parlamentar que estava a investigar a alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 e os eventuais contactos entre dirigentes da campanha de Trump e dirigentes russos.

Hicks admitiu à comissão de Informações da Câmara dos Representantes que tinha contado “mentiras inocentes” para proteger Trump. Mas assegurou que nunca mentiu sobre nada de relevante para a investigação relacionada com a Federação Russa.

Antes disso, viu-se ainda envolvida numa polémica por ter sido uma das pessoas por detrás da declaração de apoio a Robert Porter, membro destacado do gabinete de Donald Trump na Casa Branca que se demitiu em fevereiro de 2018 na sequência de revelações de que teria submetido duas mulheres a violência doméstica.

Em fevereiro deste ano Trump voltou a chamá-la para integrar a sua equipa, desta vez como uma das suas principais assessoras.

Durante o período em que esteve ausente da Casa Branca foi vice-presidente executiva e directora de comunicação da 21st Century Fox.