As equipas de salvamento continuam a procurar o Titan, o submarino da OceanGate Expeditions que desapareceu durante uma visita aos destroços do Titanic.

Aviões norte-americanos e canadianos estão a fazer buscas na zona, bem como navios de grande porte, mas a procura é "complexa", já que as tripulações não sabem se o submarino veio à superfície ou se continua submerso, o que significa que têm de vasculhar tanto a superfície como as profundezas do oceano.

Segundo o The Guardian, sabe-se que estavam cinco pessoas a bordo, entre as quais o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de aviação privada Action Aviation, que afirmou ser um dos especialistas da missão nas redes sociais.

Um homem de negócios paquistanês, Shahzada Dawood, e o seu filho Sulaiman Dawood foram nomeados como duas das outras pessoas que se encontravam no submersível, através de uma declaração da família.

A comunicação social está a referir que os outros dois passageiros são o explorador francês Paul-Henry Nargeolet e o diretor executivo e fundador da OceanGate, Stockton Rush.

A OceanGate Expeditions, uma empresa privada que utiliza pequenos submarinos para expedições em alto mar, confirmou ontem o desaparecimento e a presença de pessoas a bordo, sem revelar as suas identidades.

"Estamos a explorar e a mobilizar todas as opções para trazer a tripulação de volta em segurança", foi referido. "Todo o nosso foco está nos tripulantes do submersível e nas suas famílias".

A empresa tinha anunciado recentemente nas suas redes sociais que uma das suas expedições estava "em curso", entre os dias 12 e 20 de junho — e estão previstas mais duas para junho de 2024.

Quanto ao que motivou o desaparecimento do submarino, os especialistas têm vindo a apresentar vários dos cenários, como por exemplo ter ficar preso nos destroços do Titanic, ter sofrido uma falha de energia ou haver um problema com o sistema de comunicações.

De recordar que o navio Titanic saiu do porto de Southampton a 10 de abril de 1912, em direção a Nova Iorque. A colisão com um icebergue e o consequente afundamento a 14 de abril levou à morte de mais de 1500 pessoas, sendo que apenas 706 passageiros e tripulantes sobreviveram. No fundo do mar, os destroços estão separados em duas partes, já que o navio ficou dividido em dois quando afundou. Entre as duas partes há uma distância de cerca de 800 metros, num desfiladeiro.

Como acontecem estas visitas ao Titanic?

Os submersíveis utilizados pela OceanGate Expeditions transportam ocasionalmente turistas e especialistas que pagam para ver os destroços do Titanic, que está submerso a cerca de 3.800 metros.

A empresa cobra 250.000 dólares por um lugar na sua expedição de oito dias para ver os famosos destroços do naufrágio.

O Titan, que está desaparecido, é um submersível de investigação que pode transportar cinco pessoas, normalmente um piloto e quatro "especialistas de missão": arqueólogos, biólogos marinhos ou qualquer pessoa que possa pagar a experiência como turista.

Feita de "titânio e fibra de carbono enrolada em filamentos", a embarcação tem 6,7 metros e pesa 10432 kg, o equivalente a cerca de seis carros de tamanho médio, e é capaz de mergulhar a profundidades de 4000 metros "com uma margem de segurança confortável" e que proporciona uma "visão incomparável" das profundezas do oceano, segundo a OceanGate.

A empresa refere ainda que o submarino utiliza a tecnologia de satélite Starlink de Elon Musk para comunicar. "Sem torres de rede móvel no meio do oceano, estamos a contar com a Starlink para fornecer as comunicações de que necessitamos durante a expedição do Titanic 2023", escreveram no Twitter.

O submarino dispõe de uma reserva de oxigénio engarrafado para 96 horas, a partir das 6h00 de domingo, hora local, o que, em teoria, duraria até à próxima quinta-feira de manhã. No entanto, esse limite pode ser afetado pela taxa de respiração das pessoas dentro da embarcação, especialmente se houver elementos a bordo com pouca experiência de mergulho.