Em comunicado, a Quercus afirma que "esta não é a forma responsável nem correta de a empresa lidar com os vários problemas que se têm registado ao longo dos últimos anos no rio Tejo".
A associação ambientalista faz ainda saber que, "caso a Celtejo não retire a queixa contra este cidadão, a quem todos muito devemos pela forma como tem lutado pela qualidade da água do rio Tejo, a Quercus tentará travar este processo com todos os meios ao seu alcance".
Em causa está um processo instaurado pela empresa Celtejo, fábrica de celulose instalada em Vila Velha de Rodão, no distrito de Castelo Branco, ao ambientalista Arlindo Marques, do movimento proTEJO, com sede em Vila Nova da Barquinha, em Santarém, por este associar os episódios de poluição no Tejo à empresa.
Associações ambientalistas, autarquias e alguns políticos já manifestaram publicamente estarem "solidários" com Arlindo Marques, guarda prisional de profissão e conhecido como o "guardião do Tejo", tendo a Quercus afirmado hoje estar "chocada e indignada" com o processo judicial da Celtejo (Grupo ALTRI) ao cidadão.
A associação afirma ainda "não deixar de ser curioso que não tenham sido interpostas ações judiciais contra políticos, deputados e outras figuras públicas, e que a Celtejo venha fazer de bode expiatório este simples cidadão sem meios para fazer frente a este gigante da indústria".
Segundo a Quercus, "o cidadão Arlindo Marques (…) tem sido incansável nos últimos anos a fazer denúncias, acompanhadas de fotografias e filmes vídeo, de inúmeras situações reais de episódios de poluição das águas do rio Tejo, tendo feito notar que, "em muitas das situações registadas e denunciadas por Arlindo Marques, existem fortes suspeitas de a poluição existente no rio Tejo ser proveniente da Celtejo ou de indústrias de papel associadas".
De resto, continua, "a atribuição de responsabilidades a esta indústria de celulose ligada à fileira do eucalipto por poluição do rio Tejo foi feita publicamente por numerosas pessoas, nomeadamente por várias figuras públicas”.
Assim, a Quercus considera que "esta indústria ligada aos eucaliptos poderá estar a tentar condicionar o direito constitucional que todos os cidadãos têm de expressar livremente a sua opinião".
No comunicado, a Quercus lista "citações várias que provam que existem fortes suspeitas de a Celtejo ter responsabilidades na poluição do rio Tejo".
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