"À medida que enfrentamos os novos desafios do século XXI, o aniversário do ‘Dia D’ recorda-nos o que os países alcançaram juntos. Depois dos sacrifícios partilhados da II Guerra Mundial, o Reino Unido e os Estados Unidos trabalharam com outros aliados para construir uma assembleia de instituições internacionais para garantir que os horrores do conflito nunca se repetissem", afirmou Isabel II, durante um banquete solene, no Palácio de Buckingham, no âmbito da visita que Trump iniciou hoje ao Reino Unido.
A monarca lembrou que "embora o mundo tenha mudado”, deve-se estar sempre consciente “do propósito inicial dessas estruturas: as nações a trabalharem juntas para preservar uma paz conquistada a muito custo".
Apesar de a rainha não ter nomeado quais, entre as organizações internacionais multilaterais criadas após 1945, quando terminou a II Guerra Mundial, incluem-se a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ou até a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, que mais tarde deu origem à União Europeia.
A rainha, que já conheceu 12 presidentes dos EUA desde que foi coroada em 1953, lembrou que visitou pela primeira vez aquele país em 1957 a convite do Dwight Eisenhower, que liderou a invasão aliada de 1944.
"Ao olharmos para o futuro, estou confiante de que os nossos valores comuns e interesses partilhados continuarão a unir-nos", sublinhou.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, que hoje iniciou uma visita de Estado de três dias ao Reino Unido, agradeceu a receção "calorosa" da rainha, comentou o "clima maravilhoso" em Londres, o que provocou um sorriso à monarca, e saudou a amizade de "quase 70 anos" com os EUA.
Aludindo à II Guerra Mundial, Trump afirmou um vínculo que nasceu durante aquele conflito, recordando os valores comuns que devem continuar a unir os dois países no futuro: liberdade, soberania, autodeterminação, Estado de direito.
Numa possível referência ao ‘Brexit’, que Trump disse várias vezes ser favorável, destacou: "A coragem dos filhos e filhas do Reino Unido garantiram que o vosso destino continua nas vossas mãos".
"Desde a II Guerra Mundial até hoje, sua majestade tem permanecido como um símbolo constante destas tradições inestimáveis. Ela incorpora o espírito de dignidade, dever e patriotismo que existe com orgulho em todo o país", elogiou, antes de finalizar com um brinde.
O banquete de Estado, onde estão quase 200 convidados, é o culminar do primeiro de três dias de visita de Estado, que começou esta manhã com uma receção e guarda de honra também no palácio real, seguido de um almoço com a rainha.
À tarde, Trump visitou a Abadia de Westminster, onde depositou flores no túmulo do Soldado Desconhecido, e tomou chá em Clarence House com o herdeiro do trono, príncipe Carlos, e a mulher, Camilla.
Na rede social Twitter, escreveu que foi recebido por "enormes multidões" e negou ter visto manifestações, mas à porta do Palácio de Buckingham concentraram-se esta tarde algumas dezenas de pessoas em protesto, segurando cartazes.
Na terça-feira o programa começa com um pequeno-almoço de negócios com empresários dos dois países, seguindo-se um encontro e almoço de trabalho com a primeira-ministra, Theresa May, e uma conferência de imprensa.
Nessa altura, uma manifestação deverá chegar perto da residência oficial de May, em Downing Street, para a qual o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, apelou à participação e na qual vai discursar.
Na quarta-feira, Trump, a rainha o príncipe Carlos e outros chefes de Estado ou de governo participam num evento comemorativo em Portsmouth, no sul de Inglaterra, do 75.º aniversário do desembarque do Dia D das forças aliadas, que contribuiu para a derrota nazi na II Guerra Mundial.
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