Na capital belga, sede das instituições europeias, o aeroporto internacional, cuja área de desembarque foi alvo de um duplo atentado suicida, continuou fechado nesta quarta-feira. É esperada durante o dia uma decisão sobre a sua eventual reabertura parcial. O retorno à normalidade continua a ser difícil na capital belga, como ilustra o serviço de metro, também atingido por uma bomba, e que esta quarta-feira ainda tinha circulação limitada.
Os atentados mais violentos a atingir a Bélgica em décadas deixaram 32 mortos e 340 feridos, 94 dos quais continuam hospitalizados.
Procura-se o "homem do chapéu"
A investigação sobre os atentados em Bruxelas, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico - que também assumiu a responsabilidade pelos atentados de Paris a 13 de novembro, nos quais 130 pessoas morreram - concentra-se no principal suspeito em fuga.
A polícia procura o "homem do chapéu", que aparece nas imagens das câmaras de segurança junto a dois suicidas do aeroporto de Bruxelas e que deixou uma mala com uma carga explosiva antes de desaparecer. Os investigadores têm agora um falso nome, já que encontraram as impressões digitais de Naim al Hamed numa casa de Bruxelas de onde os três suicidas partiram em direção ao aeroporto e onde foram encontrados explosivos. Os investigadores perguntam-se se este misterioso suspeito é o terceiro atacante do aeroporto ou outro que estará em fuga.
Naim Al Hamed estava em contato com Salah Abdeslam, suspeito chave dos atentados em Paris detido na capital belga a 18 de março depois de quatro meses em fuga. Na quinta-feira, há uma audiência em que a justiça belga tratará da ordem de prisão europeia de Abdeslam emitida pela França, que pede a sua extradição. O procedimento pode ser rápido. A pessoa que se acredita ser o único sobrevivente dos bombistas de 13 de novembro terá dado o seu acordo para ser extraditada.
Por sua vez, o presidente francês, François Hollande, anunciou nesta quarta-feira que renuncia à reforma constitucional que propôs após os atentados de 13-N e que incluía a possibilidade de retirar a nacionalidade dos autores de atentados.
Nova operação policial na Holanda
Em paralelo a esta investigação franco-belga, outro caso coloca em evidência as ramificações europeias das redes jihadistas. Trata-se do projeto de atentado "em estado avançado" que Paris disse ter frustrado na semana passada em França. A detenção preventiva do principal suspeito, o francês Reda Kriket, terminará nesta quarta-feira. O homem está detido há seis dias.
Na Holanda, a justiça deteve um suposto cúmplice de Kriket, o francês Anis B, cuja extradição é exigida pela França, e deve pronunciar-se nesta quarta-feira sobre uma eventual acusação de três homens detidos no domingo em Roterdão. Na noite de terça-feira, a polícia holandesa realizou outra operação policial nesta cidade portuária do oeste do país, mas terminou sem prisões, anunciou a procuradoria holandesa.
Em Bruxelas, a justiça deve decidir se mantém em detenção outros dois homens acusados, dois argelinos vinculados a Kriket, Abderrahmane Ameroud e Rabah M., de 38 e 34 anos, respectivamente, mas a audiência foi adiada para 7 de abril, anunciou a procuradoria.
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