“Admiramos o vosso país e a forma como combinam as tradições com o sentido de ser europeu. O facto de colocarem tanto ênfase na Europa – como fazemos na Bélgica – e ao mesmo tempo acarinharem as vossas tradições e a vossa rica cultura e História é para nós um exemplo”, disse o rei Philippe.
O monarca falava, em Lisboa, após um encontro, no Palácio de Belém, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Philippe da Bélgica lembrou que os dois países “são amigos, aliados” e têm “uma longa história de relações”, mas considerou que é possível “fazer mais”.
Apontou, por isso, a visita de Estado que até dia 24 faz a Portugal como “uma oportunidade única” para reforçar essa ligação.
Os monarcas belgas fazem uma única visita de Estado por país em cada reinado.
Os reis dos belgas, Philippe e Mathilde, iniciaram hoje uma visita de três dias a Portugal, cumprindo um programa de encontros políticos e iniciativas culturais e económicas em Lisboa e Porto.
A comitiva dos monarcas integra 170 personalidades, entre membros do executivo e de governos de regiões da Bélgica, empresários e representantes de organizações empresariais, académicas e culturais.
O primeiro dia de visita prossegue à tarde com um passeio de elétrico por alguns dos bairros de Lisboa, partindo da rua da Conceição, na Baixa de Lisboa, e terminando no Largo de Santa Luzia, em Alfama.
À noite decorre, no Palácio da Ajuda, um jantar em honra dos reis da Bélgica.
Marcelo destaca "papel comum" pela paz no plano global
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que Portugal e a Bélgica são "aliados próximos" e "amigos" na União Europeia, nas Nações Unidas e na NATO, com "um papel comum" pela paz no plano global.
O chefe de Estado falava no Palácio de Belém, em Lisboa, no final de um encontro com os reis da Bélgica, Philippe e Mathilde, que hoje iniciaram uma visita de Estado de três dias a Portugal.
"Somos muito mais do que aliados próximos, também na NATO, somos amigos. E podemos ter e já estamos a ter um papel comum na comunidade internacional, com uma agenda muito humanista e uma luta permanente para um mundo melhor e mais pacífico", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em inglês.
Tendo ao seu lado os reis Philippe e Mathilde, o Presidente da República elencou o "tanto em comum" que Portugal e a Bélgica têm, desde logo "na União Europeia, não apenas como projeto económico, mas como projeto de paz, desenvolvimento e coesão".
Os dois países estão unidos na "luta pelo Estado de direito, direitos humanos, solidariedade, desenvolvimento económico e social sustentável, agenda 2030, Nações Unidas, multilateralismo, parceria e colaboração fora da Europa, a começar no continente africano", referiu.
Num curto discurso, de cerca de cinco minutos, o chefe de Estado elogiou a comunidade portuguesa na Bélgica, descrevendo-a como "forte, grande, importante, ativa, uma comunidade muito feliz" naquele país.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou a eleição de "oito candidatos portugueses nas eleições comunais da Bélgica", acrescentando: "É prova da nossa luta pela democracia, da maneira como a nossa comunidade na Bélgica está a ajudar a construir o vosso desenvolvimento, o vosso crescimento e a vossa felicidade".
Sobre a comunidade belga em Portugal, disse que é composta por "tantos estudantes, tantos investigadores, tantas empresas" e que durante esta visita dos reis Philippe e Mathilde será possível "confirmar quão poderoso é este movimento atualmente, que está a melhorar todos os dias".
Na parte inicial da sua intervenção, o Presidente da República falou dos laços familiares que ligam os reis dos belgas a Portugal e mencionou que estes visitam Portugal dezanove anos depois da visita do rei Alberto II da Bélgica, que foi recebido pelo então chefe de Estado português, Jorge Sampaio.
O chefe de Estado esteve em Bruxelas em março de 2017, em visitas às instituições europeias e aos reis da Bélgica.
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