Portugal foi retirado da "lista verde" de países seguros do Reino Unido, que dispensava quarentena no regresso a solo britânico, anunciou esta quinta-feira o secretário dos Transportes, Grant Shapps. A medida aplica-se a partir da próxima terça-feira, 8 de junho.
O ministro disse numa entrevista transmitida na Sky News que foi uma "decisão difícil de tomar”, invocando duas principais razões que estão a causar preocupação nas autoridades britânicas.
"Uma é que a taxa de positividade quase duplicou desde a última revisão em Portugal e a outra é que há uma espécie de mutação do Nepal da chamada variante indiana que foi detetada e simplesmente não sabemos o potencial que pode ter para resistir à vacina”, explicou.
Shapps disse que o Governo quer garantir que o país não importa mais variantes que ponham em causa o plano de desconfinamento, nomeadamente a quarta etapa prevista para 21 de junho, quando se espera que sejam levantadas todas as restrições.
Portugal baixa para a lista "âmbar", que exige a quarentena durante 10 dias após a chegada.
As pessoas que chegam ao Reino Unido provenientes de países da lista "âmbar" têm também de fazer dois testes após a chegada - um no segundo dia e outro no oitavo dia - e cumprir o respetivo isolamento, que pode eventualmente ser reduzido em caso de apresentação de um teste negativo adicional ao quinto dia.
Nenhum outro país terá sido transferido de "âmbar" para "verde", na revisão do sistema de semáforos de viagem do governo britânico.
Atualmente, está em vigor um sistema de "semáforos", com três cores diferentes - verde, âmbar e vermelha - que varia em função do grau de risco do país de origem. Cada cor implica regras específicas diferentes em relação ao número de testes PCR necessários aquando do regresso ao Reino Unido, bem como a necessidade de quarentena.
Ações das companhias aéreas britânicas caem após alterações
Pelas 15:50 (hora de Lisboa), as ações da EasyJet desciam 6,07%, enquanto as do International Airlines Group (IAG) recuavam 5,67%. Por sua vez, os títulos da Ryanair estavam a perder 4,26% e os da TUI 3,87%.
“O Governo voltou a ignorar o setor do Turismo ao recusar-se a acrescentar novos destinos à já estreita lista verde”, afirmou a vice-presidente sénior do Conselho Mundial de Viagens e do Turismo, Virgínia Messina, citada pela Bloomberg.
Virgínia Messina vincou ainda que a exclusão de Portugal vai “destruir a confiança necessária para viajar, diminuir as reservas futuras e dissuadir os turistas”.
Portugal era até agora o único país da União Europeia (UE) na "lista verde”, que isenta os viajantes de quarentena no regresso a território britânico, em vigor desde 17 de maio.
A lista de destinos seguros é assim reduzida a 11 países e territórios, mas a maioria é bastante longínqua ou não deixa entrar turistas, como Austrália, Nova Zelândia, Singapura, Brunei e Ilhas Malvinas, restando a Islândia como o destino mais acessível.
Segundo a comunicação social britânica, o Governo britânico não vai adicionar mais nenhum país à “lista verde”, nomeadamente Espanha, que eliminou os requisitos de entrada dos britânicos com esperança de estimular o setor do turismo.
Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte ainda não confirmaram, mas deverão seguir as orientações.
Na "lista vermelha” estão países para os quais o Governo proíbe viagens devido ao nível de risco, impondo à chegada ao Reino Unido quarentena de 10 dias num hotel designado e às suas custas, além de dois testes PCR, no segundo e oitavo dias da quarentena.
Afeganistão, Sudão, Egito, Costa Rica, Sri Lanka, Bahrain, Trinidade e Tobago vão ser adicionadas a esta lista, adiantou o Daily Telegraph, lista na qual já se encontram o Brasil, África do Sul e Índia, mas também Angola, Moçambique e Cabo Verde.
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial estão na “lista amarela”, para onde não é ilegal viajar por motivos não essenciais, como férias, mas é fortemente desaconselhado.
[Notícia atualizada às 16h56]
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