“Tínhamos uma autorização oficial para visitar Assange, tinha sido confirmada (…) mas quando chegámos de manhã cedo à prisão de Belmarsh em Londres, o funcionário da entrada disse-nos que tínhamos sido retirados da lista de visitantes”, indicou aos ‘media’ Christophe Deloire, secretário-geral da organização não-governamental (ONG).

“Disse-nos que o diretor da prisão tomou esta decisão porque somos jornalistas”, acrescentou. “Esta explicação é absurda (…). Estamos aqui como representantes de uma ONG que efetua uma visita a Julian, e não na nossa função de jornalistas”.

Julian Assange, um cidadão australiano de 51 anos, é perseguido nos Estados Unidos por ter publicado a partir de 2010 mais de 700.000 documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas norte-americanas, em particular no Iraque e no Afeganistão.

Detido em 2019 pela polícia britânica após sete anos de refúgio na embaixada do Equador em Londres, Julian Assange aguarda a decisão do seu recurso contra a decisão do Governo britânico de o extraditar para os Estados Unidos.

Está detido há quatro anos na prisão de alta segurança de Belmarsh, no leste de Londres, e a sua extradição poderá implicar uma condenação superior a 150 anos, de acordo com a defesa.

Hoje, frente ao estabelecimento prisional, Christophe Deloire “apelou à libertação” do delator e “apelou aos Estados Unidos para porem termo às suas perseguições judiciais”.

“Julian estava muito nervoso por não ter podido encontrar-se” com os representantes dos RSF, testemunhou a sua mulher, Stella Asange, que visitou o detido.

“Esta decisão das autoridades britânicas de impedirem este encontro é ridícula”, acrescentou Stella, ao considerar que “a presença de Julian nesta prisão é um escândalo a todos os níveis”.

Stella Assange recordou ainda que o seu marido não comparece presencialmente perante a justiça desde janeiro de 2021.