"Sou obrigado a vir trazer as coisas do partido à praça pública por aquela razão, agora não contem comigo para andar a animar a comunicação social esta semana com coisas internas", declarou Rui Rio, em Vila Nova de Famalicão, de visita à empresa Rio Pele, quando questionado sobre a data para o conselho nacional para votar a moção de confiança à sua liderança.

O presidente do PSD recusou ainda responder sobre a forma de votação da referida moção de confiança, se de braço no ar ou por voto secreto.

Rui Rio foi desafiado pelo ex-líder parlamentar Luís Montenegro para convocar eleições diretas antecipadas, mas rejeitou optando por submeter a direção a um voto de confiança do Conselho Nacional.

Rui Rio assegurou ainda que a disputa interna não o irá fazer alterar a agenda, reconhecendo, contudo, que suspendeu hoje um encontro com militantes de Viana do Castelo por essa razão.

"Obviamente que tem, essa parte tive que suspender, como é lógico", disse, referindo-se ao adiamento da reunião com militantes de Viana do Castelo.

No inicio de uma semana dedicada às empresas, e acompanhado pelo líder da distrital de Braga, José Manuel Fernandes, e pelo autarca famalicense, Paulo Cunha, além de outros membros do Conselho Nacional do PSD, Rio optou por centrar o discurso numa critica ao atual Governo e à "gestão da carga fiscal" que está a ser feita.

"Em Portugal obviamente que temos uma carga fiscal brutal, com este Governo nós atingimos um recorde de carga fiscal. Subir é muito fácil, descer é muito difícil. Temos que ter como objetivo descer a carga fiscal, mas antes desse objetivo temos que ser capazes de gerir bem a carga fiscal", referiu.

Para o líder social-democrata a "gestão da carga fiscal deve privilegiar as empresas do ponto de vista do investimento e tudo o que possa ser feito em sede de política fiscal para ajudar à capitalização e o investimento é decisivo".

Questionado ainda sobre as declarações da ministra da Saúde, esta manhã, à Antena 1, dando conta de que as cirurgias adiadas devido à greve dos enfermeiros podem ser repostas todas dentro do Sistema Nacional de Saúde, Rio mostrou-se cético.

"Eu tenderia a dizer que não, mas espero estar eu enganado e ter a senhora ministra razão. O que eu sempre ouvi da parte de quem gere os hospitais é que era impossível fazer uma recuperação dessa ordem de grandeza", disse, aproveitando para deixar outra crítica ao Governo de António Costa.

"Mas também estamos habituados, muitas vezes, ao Governo prometer determinadas coisas e depois não cumpre. Eu parece-me muito difícil", finalizou.