“Eu acho que realmente o presidente da Câmara de Setúbal devia pensar muito bem se tem condições para continuar, dá-me ideia de que não tem condições para continuar. Ele avaliará e aí acho que também deve avaliar com a CDU porque pode não correr muito bem à CDU se as coisas forem em sentido diferente, penso eu”, afirmou Rui Rio, no Porto, à margem de uma conferencia para assinalar o 48.º aniversário do PSD.
Questionado sobre se os vereadores do PSD que fazem parte do executivo da Câmara Municipal de Setúbal se devem demitir, o líder social-democrata lembrou que o partido não os pode obrigar a isso.
“O partido, em termos centrais e locais, não tem qualquer poder sobre os vereadores livremente eleitos. Um vereador demite-se ou não se demite, aceita ou não aceita pelouros consoante o seu entendimento, é livre de fazer aquilo que entende”, assinalou.
“Mas o partido pode ter uma opinião e depois os vereadores fazem como entenderem (…) Já que poder não temos, temos apenas o poder de dar uma opinião, aconselhamento e um aposição politica”, salientou.
Rio apontou que este será um dos temas que irá levar à reunião da Comissão Politica Nacional do PSD na próxima semana.
Sobre o chumbo do PS dos requerimentos apresentados pelo PSD, Chega, IL e PAN para ouvir na Assembleia da República o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, Rio mostrou-se surpreendido.
“Estou absolutamente estupefacto com aquilo que o PS resolveu fazer, que é, de certa forma, impedir que o presidente da Câmara de Setúbal seja ouvido na Assembleia da República, penso que isso era absolutamente fundamental. É uma das primeiras ações de uma maioria absoluta que não se entende”, sustentou.
“Eu já fiz parte de uma maioria absoluta, a primeira vez que estive no parlamento foi numa maioria absoluta, com o Dr. Cavaco Silva, reconheço que o Grupo Parlamentar do PSD cometeu um ou outro excesso, mas assim uma coisa destas não me lembro francamente de ter acontecido”, disse.
Rui Rio recusou o argumento socialista de que cabe à Assembleia Municipal de Setúbal fiscalizar o executivo: “Não faz sentido o argumento do Partido Socialista de que é a Assembleia Municipal [que deve fiscalizar o executivo] porque (…) efetivamente isto tem uma dimensão nacional, aconteceu em Setúbal, é certo, mas tem uma dimensão nacional”, considerou.
Para Rio, “o comportamento que a Câmara de Setúbal teve para com refugiados ucranianos, isso tem uma dimensão nacional”.
O semanário Expresso noticiou no passado dia 29 de abril que refugiados ucranianos foram recebidos na Câmara de Setúbal por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin e que responsáveis pela Linha de Apoio aos Refugiados estão a fotocopiar documentos dos refugiados, entre os quais passaportes e certidões das crianças.
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