Rui Rio falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que está desde segunda-feira a receber os partidos políticos com assento parlamentar.
"Não vi em lado nenhum o presidente da Câmara de Ovar a dizer que se devia aqui fazer um cerco sanitário, fechar Lisboa, e não entra ninguém, nem sai ninguém, tal como aconteceu em Ovar. Vi-o a dizer que são precisas medidas mais musculadas aqui na Área Metropolitana de Lisboa. Vi-o dizer isso. E nisso eu concordo", declarou o presidente do PSD.
"Ele disse, eu ouvi bem, que eram precisas medidas mais musculadas. E tinha razão. Tanto tinha razão que elas até estão em parte a ser tomadas", reforçou.
Segundo Rui Rio, deve haver agora com Lisboa "a mesma atitude" que houve em relação a Ovar, mas "atendendo às circunstâncias", tendo em conta que fechar a capital do país e a sua área metropolitana teria "um efeito brutal" que não se verifica com "uma cidade relativamente pequena".
Escusando-se a propor medidas em concreto, por não dispor dos "mesmos dados que o Governo tem", o presidente do PSD pediu apenas "medidas coerentes e duradouras" e também "mais rigorosas".
No seu entender, as medidas específicas para a Área Metropolitana de Lisboa "são mais rigorosas, nesse aspeto, está bem".
Contudo, deixou críticas à anterior atuação do Governo, considerando que "baralhou as pessoas" e que se precipitou a passar a mensagem de que "isto quase já acabou, correu tudo muito bem, somos os melhores do mundo".
"E afinal não somos assim tão bons quanto isso. Portanto, temos de ter cuidado", defendeu.
Há dois dias, o presidente da Câmara Municipal de Ovar e vice-presidente do PSD, Salvador Malheiro, escreveu no Twitter que em março "a 17 de março percebeu-se o cerco em Ovar", porque "era o único município em contaminação comunitária", acrescentando: "Hoje Lisboa está a colocar em risco todo o país. Não esperem mais. Ou só há coragem para Ovar?".
A pandemia de covid-19, doença provocada por um novo coronavírus detetado em dezembro do ano passado no centro da China, atingiu 196 países e territórios e já fez mais de 470 mil mortos a nível global, segundo a agência de notícias francesa AFP.
Em Portugal, os primeiros casos foram confirmados no dia 02 de março e até agora morreram 1.540 pessoas num total de 39.737 contabilizadas como infetadas, de acordo com o relatório de terça-feira da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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