Na segunda-feira, num comício do PS, o dirigente histórico socialista Manuel Alegre visou a atuação do presidente do PSD a propósito do caso de Tancos e recusou “lições de moral de quem há alguns dias criticava a justiça de tabacaria e agora se arvora em justiceiro eleitoralista”.
“Se eu agora for comentar tudo aquilo que, quer o dr. António Costa, quer as pessoas do PS, vão dizendo sobre a campanha e sobre mim […] chegamos a sexta-feira no topo do disparate”, disse Rui Rio aos jornalistas.
À margem de um contacto com a população no centro da cidade de Lamego, distrito de Viseu, o líder social-democrata assinalou que “agora a tendência para o disparate é enorme até sexta-feira”, diz em que termina o período oficial de campanha para as eleições legislativas de 6 de outubro.
“Por isso, eu vou procurar manter-me em terceira, nunca meter a quarta e acelerar relativamente ao disparate, porque senão desprestigiamos um bocado a campanha”, vincou, ressalvando, no entanto, que sabe “que as campanhas são assim e têm um pouco de ser assim”.
Por isso, “eles dizem o que quiserem dizer e eu deixo-me estar, porque senão isto descredibiliza um bocado a campanha eleitoral”, insistiu.
Questionado também sobre o facto de o PS ter acusado o PSD de querer instrumentalizar a Comissão Permanente da Assembleia da República e de se ter manifestado contra a sua convocação para um debate sobre Tancos em vésperas de eleições legislativas, Rio respondeu apenas que “depois da conferência de líderes o grupo parlamentar trata disso”.
Na ocasião, o presidente do PSD foi instado também a comentar as sondagens que indicam um crescimento do resultado do partido, Rui Rio apontou que tinha "a certeza" de que "o PSD nunca esteve com 19%, 18% ou 20%, como andaram a dizer".
"Portanto, era inevitável que depois, nos últimos dias, ia subir e iam dizer assim: as sondagens enganaram-se? Não, estão certinhas, ele é que entretanto ficou muito bom, muito bom e o outro muito mau, muito mau", vincou, sustentando que "saíram muitas sondagens que objetivamente não correspondiam à realidade".
"Se agora correspondem ou não, não faço a mínima ideia, nem me interessa, como sempre disse", afirmou, apontando que tem de "fazer o melhor" que sabe "até ao dia 06 de outubro".
Notando saber que "o PSD está em crescendo", Rio justificou que "aquilo que provocou isso é a campanha" que os sociais-democratas têm feito, os debates e a própria postura do presidente do partido "não só agora como no passado".
Insistindo na ideia de que vai disputar as legislativas "taco a taco" com o PS, Rui Rio reconheceu que não estava a esse nível quando assumiu a liderança do PSD.
"Teve de se fazer um caminho, e houve momentos mais altos e momentos mais baixos, diversos momentos mais baixos, como é evidente", reconheceu, mas defendo que essas foram oportunidades para mostrar quem é.
"Nós mostramos o que somos na vida através daqueles a quem nos ligamos e daqueles que nos criticam", vincou.
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