Em declarações aos jornalistas, no final do Conselho Nacional que aprovou a lista de candidatos a deputados do PSD por cerca de 71% dos votos, Rui Rio considerou até que a reunião de hoje foi “das mais pacíficas” a que assistiu com esse objetivo.
“Para quem perdeu dois Conselhos Nacionais seguidos, conseguir esta votação, parece-me que era difícil pedir mais”, considerou.
Questionado sobre as críticas do seu adversário nas últimas diretas, Paulo Rangel, Rio diz não concordar com o desapontamento expresso pelo eurodeputado quanto à tentativa de unidade.
“Não é correto que em lugares elegíveis só estejam pessoas que me apoiaram, é mentira, é mentira mesmo”, afirmou, mas escusou-se a dar exemplos, desafiando os jornalistas a percorrem as listas hoje aprovadas.
Segundo Rui Rio, em lugares elegíveis estão alguns nomes que não o apoiaram na última eleição, outros que não o apoiaram em anteriores diretas e até outros que “nunca o apoiaram”.
“É verdade que a lista tem a marca da estratégia que ganhou, não pode ter a da estratégia que perdeu. Foi dos Conselhos Nacionais mais pacíficos, mas, ao mesmo tempo, os que não ficaram tiveram reações mais fortes e mais violentas do que é normal”, disse.
Rui Rio disse que houve um esforço por parte da direção de fazer “alguma renovação”, tirando das listas deputados que estavam há “20, 30 ou 40 anos” no parlamento.
“É tempo de fazer isso, a começar pelo PSD, que até tem uma proposta de revisão da lei eleitoral que limita o mandato dos deputados a três consecutivos”, afirmou.
Questionado se conseguirá a unidade na próxima campanha para as legislativas de 30 de janeiro, Rio diz que essa não será possível “com aqueles que apenas estavam neste processo pelo seu lugar na lista de deputados”, mas sim com “o grosso dos militantes ou das estruturas”.
À pergunta se será difícil fazer campanha depois de ter afastado alguns líderes de distritais, Rio desvalorizou, considerando que “o entusiasmo do partido desde as diretas é suficiente para garantir que existem direções de campanha dinâmicas”.
“Haverá sempre um ou outro que não se sente à vontade para fazer campanha, mas se até no Conselho Nacional onde tenho mais dificuldade tive esta votação, não sei o que se pode pedir mais, não estou aqui para ter 100%”, disse.
Questionado se também irá fazer idêntica renovação nos órgãos nacionais a apresentar no Congresso marcado para entre 17 e 19 de dezembro, Rio confessou que é um assunto de que ainda não tratou.
“Alguma renovação haverá, as coisas são dinâmicas, mas não se esqueça que a Comissão Política Nacional é um órgão executivo da confiança do presidente, enquanto o Conselho Nacional é muito mais heterogéneo”, afirmou.
O presidente do PSD aproveitou para justificar a mudança do local do Congresso, de Lisboa para Santa Maria da Feira (em Aveiro), dizendo que a sala do Europarque agora prevista permite adaptar com mais segurança a reunião às regras da pandemia de covid-19.
“Outra razão importante é que há uma diferença de preço absolutamente brutal e, portanto, fazemos num sítio melhor face à pandemia e substancialmente menos dispendioso”, afirmou, adiantando que além do certificado de vacinação será exigido teste negativo à covid-19.
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