"A participação dos Estados Unidos na base é determinada pelas necessidades militares que vemos; as Lajes continuam a ser um centro estratégico para os EUA e não queremos deixar a nossa presença lá", disse Robert Sherman, quando questionado sobre o futuro da base açoriana.

Durante uma sessão de perguntas e respostas no âmbito de um evento organizado pela embaixada e pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), que decorre esta noite em Lisboa, Robert Sherman acrescentou que, "ao mesmo tempo, os locais mais difíceis do mundo estão no Médio Oriente, África Oriental e Europa de Leste e para nós colocar tropas americanos próximo desses locais é a maneira de garantir que a segurança no mundo é protegida".

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, garantiu que Portugal pretende que os Açores se mantenham como "o centro da ligação transatlântica" e que "só os Estados Unidos" reconheçam a importância estratégica da base militar das Lajes.

"Queremos que a importância estratégica da base militar das Lajes seja plenamente compreendida pelos Estados Unidos e só pelos Estados Unidos, repito, só pelos Estados Unidos", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, durante uma audição no parlamento sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2017.

Sobre o futuro da base das Lajes, onde os Estados Unidos anunciaram a redução militar na base das Lajes, o Governo português pretende ter, na ilha Terceira, "três estruturas complementares".

"Queremos ter uma base militar que se mantenha ativa e cuja importância estratégica seja bem compreendida pelo nosso único parceiro nessa relação, que são os Estados Unidos", declarou.

Por outro lado, o executivo pretende instalar ali "uma plataforma que sirva para monitorizar a segurança em toda a grande região do Atlântico", em parceria, desde logo, com os Estados Unidos, mas também com diferentes países atlânticos.

Para além disso, deverá ainda funcionar naquela ilha açoriana uma base de investigação científica, "e, aí, todos os países do mundo, da China à Suazilândia são bem-vindos", sublinhou.

Segundo o ministro, as autoridades norte-americanas ainda não encerraram o processo de decisão sobre o futuro das Lajes e este dossiê já não ficará concluído durante a atual administração de Barack Obama, devendo passar para a próxima administração.