“Entendemos que o que deve ser feito é não continuar o desconfinamento global do país. Não fazer [o desconfinamento] naqueles concelhos que estão com os indicadores de risco mais elevados”, disse Rui Rio.
O líder dos sociais-democratas, que falava no Porto em conferência de imprensa na sede do PSD após uma audiência com o Presidente da República e no dia em que se realizou mais uma reunião do Infarmed para avaliar a situação pandémica em Portugal, defendeu que também devem ser incluídos na exceção ao desconfinamento global os concelhos que fazem fronteira com os que apresentam maior risco.
“Se não travarmos aí, daqui a um mês ou dois vamos ter de travar o país todo outra vez. Era prudente não desconfinarmos tudo, ou seja não desconfinar os concelhos que estão pior e os que estão à volta. Há uma ligação evidente”, disse.
Já na fase de perguntas dos jornalistas, Rui Rio foi ainda mais direto: “Não podemos prejudicar o país por causa de uma dada região”, referiu.
O presidente dos sociais-democratas defendeu que nos concelhos de maior risco as escolas devem estar fechadas, impelindo o Governo socialista a colocar em prática “a solução que desenhou há uns meses”.
“Agora tem de ser consequente porque estava bem desenhada”, referiu, reiterando a ideia de que “em termos nacionais” deve ser feito o programado, “mas em termos regionais não”.
Rui Rio começou a conferência de imprensa com uma análise sobre os dados atuais, referindo que Portugal está “francamente pior”, mas lembrando que “o que é dito” é que se o plano de vacinação for cumprido “na primeira semana de junho, todos os portugueses maiores de 60 anos estarão vacinados”.
“Isso quer dizer que conseguimos vacinar 96% do [que corresponde às idades de] óbitos em Portugal. Se todas essas tiverem vacinadas, estamos a salvaguardar a resposta do Serviço Nacional de Saúde”, analisou.
Por esta razão, o presidente do maior partido da oposição pediu que seja acelerado o plano de vacinação, admitindo que, embora “ainda não tenha o ritmo previsto”, este processo “melhorou em relação à situação de há uns meses atrás”.
“O que se pede é que se acelere e que se cumpra como plano”, frisou.
Já no que diz respeito à testagem, Rui Rio exigiu ao Governo de António Costa que faça “um esforço maior”.
“A testagem não tem corrido da melhor maneira nomeadamente nas escolas. Se estamos a abrir o principal perigo [referindo-se às escolas] então que se faça os testes como devem ser feitos e mais acelerados para podermos minorar esse risco e podermos fazer o rastreio das situações”, disse.
Também o controlo dos aeroportos foi considerado pelo líder do PSD “absolutamente vital” porque “a variante da África do Sul é muito mais perigosa e só continuará controlada se os aeroportos continuarem controlados”, justificou.
Quanto à continuidade do estado de emergência, Rui Rio disse que “a posição do PSD é a posição de não obstaculizar a que o Governo tenha todos os meios necessários para combater a pandemia”, tendo-a resumido com a frase: “Apoiamos o que o Presidente da República quiser fazer e o que o Governo necessite”.
Esta posição serviu aliás para, no final da conferência no Porto, o líder do PSD reafirmar a ideia de que se Portugal enveredar por “confinamentos localizados talvez não seja necessária essa moldura legal mais pesada”.
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