“Nós vamos, penso eu, perceber ainda melhor através dessa greve as condições em que estes profissionais trabalham, porque estes profissionais vão trabalhar oito horas por dia e estão parcialmente em greve, estão em greve às horas extraordinárias”, referiu o social-democrata à margem da entrega da lista às eleições legislativas pelo círculo eleitoral do Porto.

Se todos os profissionais trabalham oito horas por dia e o serviço não é feito na plenitude, o país percebe que estes trabalham em média 10,11,12,13 a 14 horas por dia, algo que é “inaceitável”, vincou.

“E ainda é menos aceitável para quem anda na estrada a conduzir, menos ainda para quem conduz carros pesados e menos ainda para quem conduz carros pesados carregados de gasolina”, frisou.

Na sua opinião, vai ficar evidente que em nome da sua segurança e da dos cidadãos as suas condições de trabalho têm de mudar.

Sobre os serviços mínimos, o social-democrata considerou que “alguma coisa está mal” quando os profissionais trabalham oito horas diárias e, mesmo assim, é preciso decretar serviços mínimos.

“Se trabalham as horas normais, qual é a lógica de marcar serviços mínimos”, questionou, acrescentando que se oito horas por dia não chegam para eles cumprirem os seus serviços “algo não está bem”.

Questionado sobre se o Governo falhou como mediador, Rio assumiu que quando alguém vai mediar uma situação “nunca é fácil e pode falhar”, mas neste caso o executivo de António Costa “merece que lhe apontem o dedo e se diga que falhou” porque em abril, aquando de uma reunião com entidades patronais e sindicatos, anunciou “grande vitória” e a resolução do problema.

Ora, sublinhou, se falou em “grande vitória” e, na verdade, nada resolveu, tem de assumir agora uma “grande derrota”.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) anunciou na quarta-feira ter entregado um novo pré-aviso de greve para o período compreendido entre os dias 07 e 22 de setembro, mas desta vez só aos fins de semana e trabalho extraordinário.

O sindicato dos motoristas de matérias perigosas e os patrões reúnem-se na segunda-feira para discutir os serviços mínimos na greve ao trabalho extraordinário, confirmou à Lusa fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

A reunião entre o SNMMP e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) vai decorrer pelas 15:00 na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), confirmou a mesma fonte.

A notícia foi hoje avançada pelo jornal ‘online’ Eco.