Em entrevista à agência Lusa, Rui Rocha afirma querer que a IL — partido que lidera há pouco mais de um ano depois de uma disputa interna dividida e crispada com Carla Castro — “cresça e tenha excelentes resultados” nas eleições antecipadas e assegura que saberá tirar “todas as conclusões”.
“O partido também tem eleições internas já daqui a menos de um ano e, portanto, há muito espaço para termos discussões internas, mas eu não estou agarrado ao lugar e, portanto, saberei tomar as decisões que forem necessárias”, assegura.
Na moção com que se apresentou à liderança da IL, Rui Rocha pretendia que o partido alcançasse os 15% caso as eleições acontecessem em 2026, como estava previsto, um objetivo eleitoral que foi revisto em baixa dadas as circunstâncias, mas que considera ser “suficientemente ambicioso” já que passa por “crescer mais de 50%”, a partir dos oito deputados atuais.
Sobre o recente anúncio de desfiliação de Carla Castro no final da legislatura, o presidente da IL, que disse publicamente lamentar a saída da antiga opositora interna, desvaloriza esta decisão, mas garante “total respeito” pelas posições assumidas pelas pessoas, preferindo focar-se no caminho que a IL está a trilhar.
“Somos o mesmo partido. Não há nenhuma alteração nessa matéria que não seja a atualização própria do estilo de liderança, das equipas, das mais pessoas que agora temos a contribuir para o partido e, portanto, trata-se de uma evolução natural”, assegura.
Questionado se era então Carla Castro que tinha mudado, uma vez que garante que o partido não o fez, Rui Rocha escusa a pronunciar-se “sobre as decisões e as reflexões que cada um faz”.
“A minha responsabilidade é também, a propósito das listas, ouvindo os órgãos do partido, nomeadamente dos núcleos, fazer uma seriação daquilo que são as pessoas que eu considero que representam bem a Iniciativa Liberal. Assumo total responsabilidade por essa decisão, que tem a ver com critérios de espírito de equipa, competência, capacidade de representar o partido”, responde quando questionado sobre o convite feito a Carla Castro para integrar um lugar potencialmente não elegível em vez da segunda posição que ocupou em 2022.
De acordo com o líder da IL, o partido fez “uma escolha” e apresentou “os convites que se justificavam em função dessa escolha”.
“A escolha teve uma receção, nuns casos de aceitação ou num caso de não aceitação. É o comum que acontece nos partidos”, afirma.
Sobre o eventual risco de se voltar a apresentar pelo círculo eleitoral de Braga, Rui Rocha esclarece que nunca pensou apresentar-se por outro distrito que não o seu, e “feitas as contas e as análises”, reforçou “a convicção de que era por Braga que devia apresentar-se”.
Já em relação à candidatura pelo círculo da Europa do ex-presidente da IL João Cotrim Figueiredo, já anunciado como cabeça de lista às europeias, o líder liberal justifica: “houve uma vontade do João de contribuir para esta eleição”, um contributo “obviamente importante”.
“Nós gostamos de concorrência, gostamos de concorrência, de pessoas boas e, portanto, isso só tem uma consequência: é que eu serei melhor líder da Iniciativa Liberal, com a presença do João, com a evidência do excelente trabalho que fez, com a presença do Carlos [Guimarães Pinto], com a evidência do excelente trabalho que o Carlos fez”, sublinha.
Para Rui Rocha, nem todos os partidos têm presidentes e ex-presidentes na bancada da Assembleia da República como aconteceu até agora.
“Aí está um excelente sinal de união do partido que outros não podem afirmar ter”, considera.
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