“Sou objeto de uma nova investigação”, anunciou o também vice-primeiro-ministro e líder da extrema-direita italiana, à margem de uma conferência de imprensa.

“Cá vamos de novo”, reforçou o líder da Liga (partido de extrema-direita), que no verão de 2018 foi formalmente investigado por um outro caso com contornos semelhantes.

Em março do ano corrente, o Senado italiano decidiu bloquear qualquer ação contra o ministro italiano. Os parlamentares italianos têm este poder se considerarem que um ministro agiu em conformidade com as suas funções e no interesse superior do Estado.

O atual caso está relacionado com os 47 migrantes resgatados a 19 de janeiro ao largo da Líbia pelo navio da organização não-governamental (ONG) alemã "Sea-Watch", que foram impedidos de desembarcar na Catânia, na Sicília, a 31 de janeiro, após um acordo de distribuição e de acolhimento formalizado com vários países europeus, incluindo Portugal.

Apesar das ameaças de prisão e das acusações lançadas por Matteo Salvini contra a tripulação do navio da ONG alemã, o Ministério Público da Catânia esclareceu prontamente que não tinha identificado qualquer infração.

Já o Ministério Público de Siracusa, porto siciliano onde a embarcação permaneceu ao largo durante vários dias para se proteger do mau tempo, abriu um inquérito por sequestro e identificou o ministro do Interior italiano como suspeito.

“Não sei se é razão para rir ou não”, afirmou Matteo Salvini sobre esta nova investigação.

“Mas aos juízes que vão decidir e aos meus colegas ministros que têm expressado as suas dúvidas nas últimas horas, repito que os portos italianos estão e permanecerão fechados”, reforçou.

Numa altura em que os serviços de informação italianos alertam para o risco de novas partidas de migrantes da Líbia por causa da escalada militar registada nas últimas semanas naquele país, vários ministros do Movimento 5 Estrelas (M5S, populista), parceiro governamental de Salvini, têm questionado a linha política relacionada com as migrações imposta pelo ministro do Interior.

“Encerrar os portos é uma medida ocasional, é eficaz em certos casos quando é preciso sacudir a União Europeia (UE)”, declarou o vice-primeiro-ministro Luigi Di Maio.

“Funciona por agora, mas em caso de uma intensificação da crise, não será suficiente”, prosseguiu Luigi Di Maio.

Também a ministra da Defesa italiana, Elisabetta Trenta, levantou dúvidas sobre a política de “portos fechados” defendida por Salvini.

“Se chegarmos a ter uma guerra (na Líbia), não vamos receber migrantes, mas sim refugiados. E os refugiados devem ser acolhidos”, referiu a ministra.

Em reação às declarações dos ministros, Matteo Salvini respondeu: “Da ordem pública, da segurança e da defesa das fronteiras, eu ocupo-me”.

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