"Viemos também dizer ao senhor Presidente da República que, como novo partido político, confiamos na pessoa que exerce as funções de chefe de Estado", adiantou Pedro Santana Lopes, em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, no final da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, que durou cerca de uma hora.

O antigo primeiro-ministro referiu-se, a este propósito, ao "ruído que tem havido a propósito de algumas matérias da atualidade, ao nível mais cimeiro desse mesmo Estado", e deixou uma sugestão: "O chefe de Estado não precisa de dizer com frequência que os portugueses podem acreditar nele. Porque nós estamos convencidos que acreditam mesmo".

Numa possível alusão ao caso de Tancos, Pedro Santana Lopes acrescentou que está a haver "ruído sobre matérias que devem de facto ser entregues às instituições competentes, que terminarão a investigação quando entenderem", e defendeu que "o Estado tem de viver ao seu nível mais cimeiro de outro modo".

"Vem aí um ano eleitoral. O país também precisa de um Presidente da República equidistante, entre o Governo, as forças da oposição, porque todos nós nos revemos, naturalmente, na sua alta magistratura, os que votaram nele, os que não votaram. Mas qualquer país precisa de um chefe de Estado que possa dedicar-se a corpo inteiro às causas mais importantes para esse país", prosseguiu.

Em seguida, considerou que isso "é o que este Presidente da República tem feito e vai continuar a fazer".

Santana Lopes não esclareceu se o seu novo partido exclui ou não vir a aliar-se ao PS.

"O que vai acontecer depois das eleições, veremos. E vamos guardar essa matéria mais para a campanha eleitoral", respondeu.

"Continuamos a dizer que esta frente de esquerda é imprópria para aquilo que é melhor para Portugal. Veremos depois das eleições como é que se configura o sistema partidário", reforçou.

No entanto, sustentou que o atual primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, "tem a obrigação de dizer, até pelo que se passou há três anos, se vai para eleições querendo governar com esta maioria na próxima legislatura ou não".

"Dissemos ao senhor Presidente da República que procuraremos ser uma força - eu gostava muito de sublinhar isto - construtiva, trabalhando pela afirmativa", relatou, garantindo que vêm “para construir e para procurar favorecer e viabilizar soluções de Governo".

A Aliança surge "para tentar viabilizar alternativa a esta maioria, mas sem preconceitos", salientou.

"Queremos é ter o melhor resultado possível. E julgo que o senhor Presidente da República - não posso falar por ele - acreditou na nossa firme vontade. Nós não vimos para criar dificuldades, mas para fazer bem ao sistema político português", declarou.

Segundo Pedro Santana Lopes, "o PS tem resvalado um pouco para ocupar uma posição central no sistema partidário", mas "havendo três partidos mais no centro-direita e três partidos à esquerda, tudo vai mudar".

Instado a situar ideologicamente a Aliança no espectro político em relação a PSD e CDS-PP, retorquiu que as divisões entre esquerda e direita estão "ultrapassadas".

Questionado sobre onde é que se sentariam no parlamento, respondeu: "Onde nos convidarem, não tenho preconceitos. Mas talvez ali naquela faixa central, tem boas entradas e boas saídas. Portanto, mesmo ao meio".

"Nós somos liberais, somos personalistas, somos defensores de um Estado solidário. É assim que nos definimos, é o que está na nossa declaração de princípios", referiu.

Entre outras posições e propostas, a Aliança defende "menos impostos" e "menos Estado", quer "generalizar os seguros de saúde" e que os cidadãos façam descontos para "sistemas privados complementares de reforma e de aposentação", enunciou.

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