“Eu sei muito bem onde é que está o PPD/PSD, sei muito bem o que é o PPD/PSD, portanto há aí uma questão linguística que exige tradução política, para isso é que vamos ter os debates. Finalmente, acho que os vamos ter, pelo menos dois, pode ser que consigamos os três”, adiantou, em declarações à Lusa.
Pedro Santana Lopes falava à margem de uma sessão com militantes na ilha Terceira, nos Açores, em resposta a uma questão sobre a moção estratégica global de Rui Rio, apresentada hoje, em Leiria.
O ex-presidente da Câmara Municipal do Porto e, por enquanto, único adversário de Santana Lopes na corrida à liderança do PSD defendeu na sua moção estratégica global um partido “do centro-direita ao centro-esquerda", "reformista" e de bases renovadas para ganhar eleições europeias e legislativas em 2019.
"O PSD precisa de se reencontrar consigo próprio para se reposicionar no lugar que é seu: num centro político alargado que vai do centro-direita ao centro-esquerda, de orientação reformista e com inspiração na social-democracia e no pragmatismo social", lê-se no documento de 56 páginas.
Confrontado com esta frase, Santana Lopes disse que necessitava de tradução, porque não sabia o que o adversário queria dizer com o PSD precisar de se reencontrar consigo próprio, sem permitir que lhe fossem feitas mais perguntas sobre o assunto.
O ex-primeiro-ministro deslocou-se hoje aos Açores, em campanha para as eleições diretas no PSD, que decorrem a 13 de janeiro.
Depois de se ter reunido com o líder regional do partido, Duarte Freitas, e de ter almoçado com militantes na ilha de São Miguel, Pedro Santana Lopes deslocou-se à ilha Terceira, onde falou para militantes, numa sessão que decorreu na sede do partido em Angra do Heroísmo.
Questionado sobre as autonomias regionais e sobre a relação entre governos, o candidato social-democrata disse que tem notado um afastamento da República em relação às suas responsabilidades nas regiões autónomas, independentemente das cores políticas, dando como exemplo as questões relacionadas com a base das Lajes, alguns investimentos por concretizar e a falta de soluções para o escoamento de produtos lácteos.
“Esta crise de quase bancarrota que o país viveu teve, de facto, consequências graves a muitos níveis, incluindo no relacionamento com as autonomias, na capacidade de resposta do Estado”, salientou.
Sobre a base das Lajes, localizada na ilha Terceira, Pedro Santana Lopes defendeu ainda que é preciso alterar a postura de “sobranceria, distanciamento e desconsideração” do Governo da República.
“Faço intenções, enquanto líder do partido, de ter esta matéria no topo da agenda e não são palavras de circunstância por ser candidato. Esta questão das Lajes é uma questão nacional, é uma questão que está entregue à República, naturalmente, mas é uma questão muito dos Açores e muito desta ilha”, frisou.
Comentários