“Olhamos para estes fenómenos da natureza recorrentes nos Açores, sobretudo no que diz respeito à sismicidade, com uma certa ansiedade, é certo. É sempre inevitável, face à grandeza e monstruosidade da natureza que convive com a beleza da mesma. Mas que haja um apelo à serenidade, à tranquilidade e à confiança. Pela ciência”, disse, na abertura do curso MRMI - ‘Medical Response to Major Incidents’ (Resposta Médica a Incidentes Graves) no Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel, na Lagoa.
Segundo a informação disponibilizada pelo Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), a atividade sísmica em São Jorge e no vulcão de Santa Bárbara, na ilha Terceira, “encontra-se acima dos valores normais de referência”, com o nível de alerta científico V2 (possível reativação do sistema – sinais de atividade moderada).
Na quarta-feira, um sismo de magnitude 2,5 na escala de Richter foi sentido na ilha Terceira, no concelho de Angra do Heroísmo.
No sábado, foi sentido naquela ilha um sismo de magnitude 3,6 na escala de Richter.
Já a ilha de São Jorge, entrou em junho de 2022 em alerta V3 (confirmação da reativação do sistema – sinais de atividade elevada), depois de, em março daquele ano, ter sido colocada em alerta V4 (ameaça de erupção).
Bolieiro disse estar a “acompanhar o fenómeno” e realçou que o Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) está “preparado” para estar ao “lado das populações”.
“Não se trata, pois, nem de uma intuição, nem de um alarme. Nem de um ignorar da situação. Estamos a acompanhar do ponto de vista científico e estamos preparados, mais uma vez, conforme a intensidade da necessidade se for revelando, para estarmos ao lado das populações”, destacou.
O líder do executivo açoriano disse querer “garantir a regularidade” do curso MRMI na região para potenciar o “conhecimento” nas áreas da saúde e proteção civil.
O secretário da Saúde e Proteção Civil do Governo da Madeira, Pedro Ramos, frisou a disponibilidade de estabelecer uma relação que “fortifique os sistemas de saúde do atlântico”, entre Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde.
“Continuamos a fazer história e esta história entre as regiões tem novos capítulos na área da Saúde e da Proteção Civil. Essa formação do MRMI, com um modelo de resposta consensual a situações de exceção, é mais um exemplo destas pontes que estão a ser construídas entre as regiões”, destacou.
O curso MRMI, que teve origem na Madeira, é o único do país com certificação internacional para a formação de gestão em catástrofe.
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